Uma coisa que sempre achei da cultura pop é que ela acaba integrada a vida. As lembranças de uma obra sempre acabam misturadas com o cotidiano. Mesmo que eu tivesse professores na faculdade que julgavam qualquer coisa feita para o consumo cultural como alienante e longe da vida de verdade, um tipo de isolador de pessoas, na prática sempre me pareceu diferente. É só parte da vida. Aceite.
Da mesma maneira que já escrevi sobre Genius e Crakpott, que eram jogos que me lembram de uma avó, Reizinho me lembram da outra, da avó materna.
Na verdade eu nunca li Reizlinho de fato, conheço a tira e li alguma coisa que achei pela internet. Mas, quando eu era criança e já me interessava por quadrinhos, minha avó falava que gostava do Reizinho. Não haviam sobrados edições da época dela, não havia onde procurar sobre isso, eu tinha apenas o relato dela de como eram as histórias. E imaginava algo bem diferente do real.
Uma tirinha muda que era publicada lá nos anos 40 (ou nos anos 50, isso diverge um pouco) e que foi importante o suficiente para alguém lembrar dela mais de 40 anos depois e contar para os netos, e tão importante para eu procurar e escrever esse post mais 30 anos depois.
Reizinho, criado por Otto Soglow, era uma tira dos anos 30 em que um monarca de um país fictício da Europa governava como uma criança. Desviava desfiles pra comprar sorvete e fazia brincadeiras bobas com seus súditos. Uma marca registrada dessas histórias (pelo menos das originais do autor) é que o reizinho nunca tinha balões, só os coadjuvantes que falavam.
As tirinhas ficaram famosas ao ponto de receber um desenho animado nos anos 50. Originalmente recebeu o título de The Little King.
E agora eu quero uma coletânea dessa bagaça.
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