quinta-feira, 17 de março de 2016

Disquetes piratas pelo correio.

Quinta feira de generalidades 11 de 52 - 77 de 366.

Lá na idade média, quando não existia internet, kits mult mídia (perguntem aos seus pais) eram caríssimos e gravadores de cd de 1x eram coisas de ficção científica, lá na idade média do início dos anos 90 até seus meados.

Nessa era das trevas era complicado conseguir jogos para seu PC. Eles eram caríssimos, e mesmo que você estivesse disposto a desembolsar a grana do aluguel ou de um fusca num Doom ainda faltava achá-lo para vender em algum lugar. Lojas de informática estavam aparecendo, mas ainda eram raras, e as que se preocupavam com o usuário caseiro eram mais raras ainda.

O jeito era o submundo, a pirataria, e olha, era tão difícil e frustrante que só os mais puros de coração e com vontade de aço conseguiam manter uma lista boa de jogos em um PC. Consistia em cópias em disquetes, que insistiam em morrer, vírus sendo passados de cópia para cópia e uma grande habilidade com zip e depois o Arj. Fora pais que não entendiam como um PC funciona e culpavam os filhos quando algo aconteciam pelo computador estar cheio de vírus e jogos (caso real).

E, mesmo assim, um grupo de amigos acabava com um número bem limitado de jogos. Pra ter uma boa biblioteca de games era necessários muitos amigos, mas se você era pc gamer nos anos 90 certeza que muitos amigos você não teria, talvez nem amigos.

Então apareceu uma coisa bizarra, as soft houses que anunciavam em revistas de games e RPG. Lembro da Alex informática que anunciava na Dragão Brasil. Era uma propaganda de meia página com os nomes dos jogos e números de disquetes que cada um precisava. Cobrava-se por disquete mais o frete. Era um esquema dos mais ilegais, mas na época ninguém ligava muito pra isso.

Cheguei a comprar duas vezes desse cara aí, todas foram entregues, mas sempre algum jogo não funcionava, e também, não era exatamente barato. Entre o preço de um disquete (que era alto, vendia em unidades em papelarias, ou em casas de informática em caixas de 10), mais o lucro que o fulano precisava ter e mais a taxa de envio. Um jogo acabava custando 1/3 ou pouco menos que o original, já era uma grande coisa, mas mesmo assim, caro.

Com a fiscalização, abertura maior de comercio e cd roms esse tipo de coisa acabou, e depois com a internet qualquer tipo de pirataria envolvendo correio (ou ir até a casa de alguém) ficou ridicula.

Uma época saudosa de esperar o carteiro trazes o Heretic e o Doom, mas ainda bem que já acabou. Prefiro comprar na Steam e baixar ou no Xbox Live e baixar na hora.

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