terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Parada 88 0 Limite do Alerta.

Terça Feira é dia de Filmes. 6 de 52 - 40 de 36

E olha só, dois filmes nacionais seguidos aqui, até que se cavar aparecem coisas interessantes. E foi nessa que achei Parada 88,  o Limite do Alerta.

Esse é até um filme bastante comentado entre quem curte cinema e pesquisa o assunto, ser uma ficção científica brasileira já é mérito, ser a primeira é histórico.

E não é só o primeiro filme assumidamente ficção científica, mas como uma boa ficção científica ele é uma metáfora para o social e o humano, infelizmente ser uma metáfora não é suficiente para ser um bom filme, Parada 88 é uma bagunça de roteiro e cenas, vale ver, mas não é uma jornada por uma estrada macia.

O filme começa com explicações, quebrando a regra do "não fala, mostra" que o cinema deve seguir. Então alguns personagens explicam a trama, explicam que a tal Parada 88 do título é uma área que sofreu um acidente industrial e um pó tóxico contaminou todo o ambiente. O emissor de pó continua lá e, pior ainda, está lá por mera burocracia. A população sobrevive vivendo em túneis de plásticos e fechados em casas. Ninguém pode deixar o local. E é claro que alguém lucrará com isso, um grupo de pessoas cobra pelo ar, e quando a conta não é paga eles o cortam em sua residência. Um tipo de mistura de agiota e polícia mantém a população na linha.

Muito do filme é mostrando o cotidiano desse lugar, e como protagonista temos Ana (Regina Duarte), uma garota que ficou cega por causa do acidente industrial, outros personagens importantes são seus pais, Joaquim Porfírio (Joel Barcellos) e MAria (Yara Amaral).

O filme começa no final de dezembro de 1999, e todos se preparam para a festa de fim de ano. Uma crença geral de que as autoridades limparão a área no ano novo é crescente. Uma boate local, aparentemente o único meio de diversão ali, faz uma promoção, 3 meses de ar e mantimentos para quem tiver coragem de cruzar até o acidente e ver como está. Joaquim aceita e acaba com seus pulmões queimados, mas não morre, ele é socorrido por autoridades locais que lhe colocam uma prótese, o que lhe deixa um tanto quanto monstruoso. Depois disso vem toda a loucura esperada de um filme nacional e sem mais para não estragar a diversão de quem for assistir.

O filme vale ser visto, mesmo tendo um roteiro falho, efeitos especiais e cenários bastante precários e mais uma tonelada de coisas que nem fazem muito sentido. Vale pelo fato de ser a primeira, de poucas, ficções científicas brasileiras. Vale ver também pela metáfora com a abertura política que começava a acontecer em 1977 e que vemos uma boa metáfora disso no filme, uma mistura de desejo e medo, e também, o cansaço com a truculência das autoridades.

Outro motivo para ver o filme é a interpretação do que seria uma ficção científica, com ares cyberpunk e pós apocalíptico. Visual típicos de filmes do gênero se misturam com figurinos e cenários bastante brasileiros, os toque de chanchada e cinema novo estão lá, misturados com a visão cruel do futuro destruído pelo progresso. Um desses momentos de amalgama são as apresentações musicais que causam muita estranheza, mas aumentam a sensação de decadência das pessoas naquele ambiente.

Chamada do Fantástico em 1977 sobre a estreia do filme nos cinemas, o que foi um grande fracasso.


E o filme completo, infelizmente a qualidade não está das melhores. 


Links:
http://streaming-movies.xyz/pt/movie/354473/Parada+88+-+O+Limite+de+Alerta-1978
http://www.cinemafort.com/movies/877109-parada-88-o-limite-de-alerta
http://ongcea.eco.br/?p=6020
http://www.bcc.org.br/fotos/galeria/024979?page=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Parada_88,_o_Limite_de_Alerta
http://cinemateca.gov.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=FILMOGRAFIA&lang=P&nextAction=search&exprSearch=ID=024979&format=detailed.pft
http://revistazingu.net/2011/11/29/parada-88-o-limite-de-alerta/

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