terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

São Paulo

São Paulo não é minha.

Nem da menina de uniforme escolar correndo de metrô em metrô.
Não é da mendiga louca da estação da Luz, ou do travesti da Augusta.
Toda vez que olho para São Paulo, tento imaginar o seu rosto e se ela tivesse um aspecto físico,certamente seria a mais bela e louca dama, perdida em suas jóias, rindo-se de tudo, e todos.Debochada.
São Paulo atravessa o entendimento dos que se dizem entendidos,perde-se nas distâncias, no trânsito, e não se traduz (embora tentem), nas obras dos cineastas, dos artistas plásticos.São Paulo não está solidão das prostitutas,ou dos meninos de rua que moram em sua noite.
Não mora nos Teatros, nos centros de comércio, ou nos fantasmas no Centro Velho.. Me sinto sempre só quando estou nesta cidade,talvez muito pelo fato de eu  ser de uma cidade de interior, sua grandeza me deprime, me deixa melancólica, mas uma melancolia boa, daquelas que dá vontade de pedir cerveja, e sentar para observa-la.
Ou quando me vejo em sua noite, como intrusa, tenho a impressão de vê-la: "a dama altiva suas correntes de ouro, perdida em seus anéis.."
São Paulo não é só minha..
Nem da menina.
É de todos e de ninguém. 


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