Os comerciais de computador, principalmente os antigos, são ótimos. Mostram como uma época pensava, e mais que convencer a alguém a comprar um computador era a vender a necessidade de que se precisava de um, e até mostrar que treco era esse.
Tomates Verdes Fritos (Fried Green Tomatoes, 1991) Foi um filme tão falado na época, mas tão falado e que hoje nem é tão lembrado assim. Nem por culpa do filme, só não dá tempo de achar essas coisas com tantos títulos disponíveis.
Evelyn é uma dona de casa em um casamento meh e que toda semana vai visitar com o marido a tia dele em um asilo, como a tal tia não a deixa entrar no quarto ela espera do lado de fora, um dia desses conhece a Ninny, que conta algumas histórias do passado, de Idgie e Ruth, essas duas faziam o que queriam nos anos 20 no Alabama, e os tais tomates elas preparavam, o que era apreciado por todos.
A história leve Evelyn a ter coragem e por aí vai.
Na época que o filme saiu, ir ao cinema ainda era uma operação relativamente complicada, nem tanta gente viu assim, sendo mais visto em vídeo e quando passou na TV. Mas uma coisa todos comentavam: Como assim fritar tomates?
O caso é que em uma época sem internet isso só passava de imaginação pra imaginação, não é fácil como hoje que enquanto eu digitava o nome do filme do google ele já me sugeriu pesquisar pela receita.
Quando se comprava um maldito joystick bege e cinza para colocar na tal game port do kit mult mídia se tinha uma grande expectativa. A ideia é que ele funcionasse como o do vídeo game, mas não era bem isso que acontecia. Era mais tempo perdido tentando fazer aquilo funcionar direito do que efetivamente jogando.
Se hoje você coloca o controle na porta usb e o Windows faz tudo, agradeça aos deuses da informática por isso. Instalar controladores do controle no DOS era um pesadelo, e muitas vezes o treco nem ligava se estava instalado ou não.
E junto com esse joystick barato vinha um disquete com um demo. O jogo era Sango Fighter.
Sango Fighter era um ótimo jogo de luta para PC. Os outros eram bem bundas. Foi produzido pela Panda de Taiwan, mas sua distribuição é uma completa zona de piratarias e maluquices da época.
Os gráficos eram ótimos para os PCs da época, ainda mais se tratando de um jogo de luta, raríssimos nos computadores. A jogabilidade agradava e tinha uma boa quantia de personagens. Chegou até a receber uma continuação Sango Fighter 2 de A tal demo era até legal, mas só com 2 personagens jogáveis. O Jogo se encontra hoje distribuído como freeware, direto mesmo do site oficial. Ele tem um 1mb e roda em Windows. Recomendado para entusiastas de jogos de luta e gente que se interessa pelo passado dos games.
Rumbora veio na onda das bandas nacionais dos anos 90, essa onda tinha um som mais pesado, com um pé no hardcore e veio abrindo caminho para o emocore.
Formada em Brasília em 1997, com primeiro disco em 1999, segundo em 20-00, com bons clips e músicas, seu terceiro disco foi de forma independente, o mercado tinha mudado né, é assim que as coisas funcionam. E hoje ninguém lembra desses caras. Nessa época dos anos 90 explodiram dezenas de bandas, mesmo que o Rumbora acabou sendo mais uma dessas, eles merecem o crédito de se manterem por 3 discos e de seus antigos membros ainda estarem no ramo musical em outras bandas e projetos.
A série de livros de achar o viajante de camisa listrada Wally (Ou Waldo nos EUA e Canadá) ganhou uma boa versão em desenho animado em 1991, que durou apenas uma temporada de 13 episódios.
A série, Where Is Wally, (1991), foi uma coprodução de vários países e da detentora dos direitos do personagem. Cada dublagem adaptou o nome Wally para seu país, incluindo duas versões em inglês.
O desenho que tinha uma animação bastante bonita e cores bem trabalhadas, seguindo a arte dos livros, conseguia, por meio de um mago chamado Mago Barba Branca (Wizard Whitbeard) colocar o Wally nas mais diversas aventuras em qualquer lugar do mundo e de outros mundos. Durante o desenho tinham duas telas paradas para achar Wally, o tempo dado era de 1 minuto. Entre outros personagens estava o vilão Odlaw e o narrador, que muitas vezes quebrava a quarta parede e conversava com os personagens.
O desenho era bem legal e passou por pouco tempo no Brasil, acredito que na Globo, no Xou da Xuxa. Alguns episódios podem ser achados no Youtube.
Ready or Not é uma série canadense que, incrivelmente, durou 5 temporadas, não imaginava isso, achei que tinha sido bem menor, de 1993 a 1997. No Brasil ela passou aos sábaods depois de algum programa da Xuxa em 1994. Como estamos falando de metade dos anos 90, e como quem escreve isso era um adolescente sem vida e sem tv a cabo, é claro que eu assistia, mesmo nem gostando muito.
A série canadense acompanhava a vida de duas adolescentes, Amanda Zimm e Busy Ramone. Elas eram bem diferentes, enquanto uma era a garota popular, a outra era a rebelde desajustada. A série tratava da vida e das dificuldades de crescer, acompanhou elas durante 5 anos da vida escolar.
Laura Bertam, que interpretou Amanda Zimm, muitos anos depois estava na série Andrômeda, como Trance Gemini, Busy Ramone era interpretada por Lani Billard não seguiu a carreira na TV, fazendo poucos papeis depois da série.
Nos anos 80 os alimentos industrializados ganhavam terreno e um deles eram as sopas, basicamtne os fabricantes se digladiavam por espaço em gôndolas e carrinhos. Era um mundo bem diferente, onde isso era novidade pra muita gente.
Um dos produtos era a tal linha de sopas para crianças de Kinorr, Sopas Encantadas. Elas vinham em 3 tipos: Mergulho no Mar (batata com cenoura), Aventura na Selva (carne com legumes)e Mundo dos Brinquedos(Frango com legumes). Na prática eram basicamente o mesmo macarrão colorido e temperos, o que mudava era o formato do macarrão. O sabor mudava junto com o tema, mas é só outro tempero de sopa.
O mais interessante sobre comerciais é que nada, nem filmes ou livros refletem tanto uma época. O comercial é feito para vender, precisa ser curto e direto, então sem enrolações ele, pelo menos os bons, costumam ir direto para a mensagem, e junto com ela vem toda a coisa da época.
Como esse comercial do Bobs, que precisava dizer sobre o produto. Isso em 1989. Quando os Mcdonalds e o Bobs começaram a vender no Brasil o mais difícil não era convencer o consumidor a escolher entre um ou outro, era convencer que um hambúrguer de marca valia o dinheiro. Estávamos acostumados com outro tipo de lanchonete, e os hambúrgueres davam lugar, muitas vezes, a um bife, era muito mais comum vir um bife dentro do pão francês do que carne moída prensada num pão redondo.
E esse outro sobre suco de laranja, olha só, tocaria todos os alarmes do CONAR em segundos.
Hoje o Bobs praticamente desapareceu, ainda existe, mas é mais famoso pelo Milk Shake do que pelo Hambúrguer. Pelo menos acho que ainda é assim.
Filmes sessão da tarde é mais uma categoria do que propriamente dito filmes que passaram na sessão da tarde, mas é claro que isso é só um jeito informal de chamar alguns filmes engraçadinhos de aventura que geralmente tem como motivo principal uma jornada.
Uma Garota em Apuros (Teresa´s Tattoo, 1994) fede aos anos 90, o que não é nem um pouco ruim. Um filme bastante simples, Teresa, que é uma estudante de matemática, tem uma vida bastante regrada e pacata, mas um dia resolve, por influência das amigas, relaxar e festejar. Ela não é muito boa nisso, e por ser parecida com uma garota morta importante para uns gangsters ela acaba sendo usada como isca.
Altas confusões define esse filme. Despretensioso e nada demais, mas vale a pena ser visto, é o tipo do Espírito de uma época.
Mortal Kombat marcou uma era, não percebemos isso apenas pelo fato dos filmes, séries e da franquia estar por aí até hoje, também percebemos isso pela quantidade absurda de clones. Alguns são até legais, mas a maioria é de doer.
Um desses clones é Expect No Mercy de 1995. Inspirado no filme de mesmo ano, que também não é exatamente o supra sumo da nona arte.
No filme , e no game, Um agente se infiltra em uma organização secreta que está usando realidade virtual para tornar seus assassinos mais perigosos ainda. Lá ele resgata outro agente e o pau come solto.
Esse filme vai pra minha lista de um dia assistir.
E o jogo? Praticamente a mesma trama, e a jogabilidade de doer. Os gráficos são meh, os personagens todos tirados do filme e veja por si só.
O jogo só tem duas coisas que prestam, o visual dos lutadores que é exageradamente engraçado e os fatalities.
E na grande era dos Super-heróis, com meia dúzia de filmes por ano, uns 4 ou 5 seriados passando e todo tipo de franquia por ai. É o mundo perfeito, mas como já disse em posts anteriores, não é a primeira vez que os Heróis entram tanto para o imaginário, o Filme do Superman de 1978 fez algo parecido e o já citado Super Herói não estava sozinho, teve também Lee Jackson
Não, não esse cara que foi do The Nice e de mais um monte de projetos.
Outro Lee Jackson.
Falo do Lee Jackson, banda brasileira que acabou por excesso de sucesso dos seus membros, que em 1979 mudaram de lado do vidro do estúdio de gravação e acabaram todos sendo grandes produtores de grandes gravadoras brasileiras. Tudo que tem de pop no Brasil de 1979 até sei lá quando tem a mão desses caras, mas isso você descobre aqui e aqui. ótimos textos sobre a banda.
O grande sucesso do Lee Jackson foi Hey Girl. A história da música também é interessante, está nos dois links aí de cima.
Tudo isso para chegar no terceiro e último LP do Lee Jackson, A Era Dos SUper Heróis. Tá existem 2 discos de 2006, mas aí é outra história.
Essa é a faixa título:
É legal perceber o imaginário dos Heróis em 1979. E Olha essa capa! O Cyborg no caso desse re referir ao Homem de 6 milhões de dólares, o Ciborgue da DC já era conhecido pelos desenhos do Super Amigos, mas não tão conhecido assim. Quero muito resenhar esse disco todo, mas sem gstar uma fortuna no mercado livre pelo jeito não vai rolar. Nada no Spotify ou no Youtube.
Mas uma descoberta interessante no Spotify, a música Era dos Super Heróis foi um cover do disco O que eu te Ponho do Dominó. (Sim leitor inexistente, por você eu escutei Dominó, a música é praticamente a mesma, nem os arranjos são diferentes. E pra não acabar tão fácil assim esse texto estou escutando a versão em espanhol da música, de mais uma boys band, Magneto do México, que viveu de 1983 até 1996 (o que dá uns 200 anos em anos de Boys Band) regravou, e sem grandes novidades na musicalidade e no arranjo.
O Lee Jackson também criou o Samba Rock, mas isso é assunto pra alguém que entende de música de verdade, e não pra alguém que acabou de escutar Dominó. Perai que vou ali me matar e já volto.
No começo dos anos 2000 a animação de aventura sofreu de uma praga, a animação 3D de baixo orçamento. Enquanto a animação cômica ia para caminhos cada vez mais interessantes e abstratos, a animação de ação sofreu um grande revés da qual mal se recuperou, a animação computadorizada de bonecos mal feitos e com poucos movimentos meio que matou o estilo, isso e a mudança do mundo, mas isso ajudou muito.
Maxx Steel conquistou seu espaço assim, mas os imitadores meio que inundaram o mercado e ferraram com tudo. E tinha até um desenho horroroso de Tropas Estelares, mas esse é pra outro dia, hoje é algo mais bizarro e esquecido ainda. Playboy´s Dark Justice.
Em 3 de setembro de 2000 a animação foi ao ar pela Playboy TV, durou 20 episódios, a expectativa eram para 26, mas nem rolou. O desenho é tão merda que nem no IMDB tem uma entrada sobre ele.
Justina é uma heroína que combate o crime em uma roupa colã, tem um raio que transporta os vilões para algum lugar e fica dando golpes no ar. Os diálogos dominam a maior parte dos episódios, uma certa economia de animação, o que não seria nenhum problema se fossem bem escritos, mas são bem ruins, o que é engraçado por um breve período, mas só. A ação é bem ruim e sem muito sentido, e totalmente sem violência, não há sangue, os tiros não pegam ninguém e os socos só derrubam. Era de se esperar que uma animação adulta de um canal adulto tivesse alguma violência, mas não, tudo muito plano e parado.
E de sexo também o desenho nem é bem servido, existe todo um exagero anatômico nos personagens, homens musculosos e mulheres com peitos maiores que suas cabeças e cinturas mais finas que suas pernas. E de sexo mesmo, alguns seios e um softporn bem vagabundo e sem muita ligação com o episódio.
Eu nem acreditaria que essa série existe, pouco sobre ela é achado na Internet, só acredito por ter assistido aos 2 episódios que estão no Youtube.
American Galdiators estreou em 1989 e durou até 1997, e voltou em 2008 e continua no ar.
O show era uma competição entre atletas amadores, geralmente dois homens e duas mulheres em 7 desafios por programa, com grades de eliminação, duas duplas por programas em rodadas classificatórias e depois eliminatórias. As provas iam incluíam desafios dupla contra dupla e duplas contra os Gladiadores, que eram atletas profissionais e estavam lá pra criar o desafio.
Mas qual é o apelo ou a graça disso? O exagero estético e de interpretações. Era tudo tão hiperbólico que se tornava muito legal.
As provas incluíam coisas como escalada, luta com cotonetes gigantes e o meu preferido, a corrida com obstáculos e gladiadores. Tinham mais provas, eram um monte na verdade e todas testando reflexos, estratégia e ou força.
Aqui no Brasil chegou a passar na Bandeirantes (Hoje Band) nos anos 90.
Meu sonho de consumo, e de muita gente na verdade em meados dos anos 90 era um kit multi mídia. Pra quem é muito novo eu explico. Esse tal kit era uma combinação de placa de som, pois é, você só lembra que o seu pc tem algo nele para reproduzir som quando para de funcionar, mas naquela época o padrão era só a internal speaker. Um tocador de cd, que nos kits mais fodões tinha 8 velocidades e duas caixas de som. Sim, a as bagaças eram tão caras que vinham no kit.
Isso tudo custava uma fortuna, eram um saco de instalar e outro saco pra achar o driver correto. Era tão chato de instalar o driver e ele era tão volátil que muitas vezes o infeliz simplesmente sumia, quase sempre o computador ia pro técnico, o técnico, que não é gente, se fosse gente não seria técnico, formatava o pc sem nem olhar pra ele, cobrava 50 reais (o que era bastante em 1995) e te devolvia o PC sem nenhum dos seus arquivos, e muitas vezes sem o som funcionando ainda.
Foi numa dessas vezes que resolvi aprender a fazer as coisas e nunca mais precisar de um charlatão desses.
Pode ser só memória afetiva, mas acho lindas essas caixas.
Mas voltando ao sonho de consumo...
A mais desejada dentro do custo benefício era o kit da Sound Blaster AWE 32. Lançado em 1994, fabricado pela Creative de Singapura e medindo fucking 35 cm, sério, era gigante, pra os padrões de hoje que placas gráficas fodonas não tem esse tamanho.
Jogar um jogo e escutar o personagem falando aquela voz mal digitalizada era incrível. Muito melhor que os bips e bops da caixinha de som dentro do PC.
Numa coisa muito maluca do mercado brasileiro, e sei lá como a Nintendo fazia com suas licenças, tivemos alguns rippoffs de Nintendo 8bits, o que é meio normal com o resto do mundo, eles apareciam aos montes.
Basicamente o mesmo vídeo game, mas um review completo fica para uma segunda feira. Eis o comercial que sobreviveu:
E esse é bem mais novo, 2006, ainda a Dynavision tentava.
Se no primeiro Breakin tínhamos uma história de dança de rua, romance velado e a típica história do Underdog, no segundo temos a comunidade. A música salvando o bairro, um show para arrecadar fundos e salvar a comunidade. O primeiro filme tinha muita música e dança, mas não era propriamente um musical mais como Flashdance, as músicas estavam nas montagens e apresentações, Breakin 2 é um musical clássico, daqueles que a história para e todo mundo dança. 6 meses depois de Breakin já saia Breakin 2, na verdade o segundo filme já tinha sido anunciado no fim do primeiro. O filme é de dezembro de 1984.
Bem mais exagerado que o primeiro, seguindo a fórmula consagrada em Blues Brohters (e que vai ser usada muitas vezes no cinema - faça um show e salve as criancinhas). Bem mais exagerado que o primeiro e mais lembrado, Breakin 2 não tem uma história tão bem amarrada, mas é mais movimentado e mais musical. As vezes pode ficar um pouco cansativo, mas ainda sim é um filme divertido.
O primeiro definiu a forma dos filmes de break e street dance, Breakin 2 segue a fórmula já consagrada do salvar criancinhas, mas consegue se diferenciar bastante do primeiro, mas sofre de uma previsibilidade absurda. Em 20 minutops de filme já dá pra saber tudo que vai acontecer.
O trio Special K, Ozone e Turbo estão de volta. Ozone está menos insuportável nesse filme, Special K continua linda e com o romance não resolvido com Ozone e Turbo ganha espaço na trama e um par romântico e até um plot próprio. O carisma do trio, as danças e a química deles levam o filme.
Recomendo pra quem gosta de musicais, filmes sessão da tarde dos anos 80 ou só quer ver algo divertido de uma época bem mais colorida.
Mugen ou M.U.G.E.N foi lançado em 1999 por uma empresa pequena que todos achavam que eram norte americanos, mas acabei de ver que são em sua maioria filipinos.
O Mugen não é exatamente um jogo, é um motor para jogos de luta 2d. Ele tem um começo controverso, aparece pra DOS e LINUX, some, reaparece pra windows e some de novo. De 2003 até 2009 a empresa nem deu notícia, em 2013 eles lançaram a versão 1.1 para Windows, que admito estou me coçando pra fuçar.
Quando MUGEN apareceu eu gastei muito tempo com ele, na verdade era muito mais legal baixar personagens e mudar o jogo do que realmente jogar. Sempre fiquei na vontade de fazer um jogo 100% original, mas isso nunca acontecerá.
Até um jogo do Chaves feito em MUGEN apareceu anos atrás.
