Sabe quando você descobre uma música na rádio AM, sou velho, não tanto assim, mas as vezes acontece. Um rádio ligado, uma letra que te chama a atenção durante o café da manhã bastante tardio do sábado e duas horas depois estou aqui escrevendo sobre um tal de Barros de Alencar.
Eu defendo duas ideias sobre música e todo o restante da cultura pop.
1- Antigamente não era melhor. As letras não eram melhores, as músicas também não, é que esquecemos o que não era exatamente brilhante, quanto tempo mais passa lembramos dos caras realmente bons e usamos os outros só pra cimentar a história. E se hoje está ruim é porque você não está procurando direito.
2- Não necessariamente algo tem que ser bom para agradar, posso citar algumas bandas que eu sei que nem são boas e que gosto. Só tem que fazer sentido para quem ouve, identificação manja? E outra, pra uma música ser boa ela não precisa ter a letra fenomenalmente escrita, ou isso aqui seria uma merda sem tamanho e nunca sobreviveria tanto tanto:
E é uma música foda! A letra é simples, e dai? Só na cabeça de gente chata (incluindo meu professor de História da Arte na faculdade) que toda música precisa de letras como Chico Buarque.
Mas voltando ao Barros de Alencar
Nascido em 5 de agosto de 1932 na Paraíba começou a carreira como radialista, mas mudou-se para o São Paulo para fazer sucesso, conseguiu um lugar na rádio Tupi, seu primeiro compacto veio em 1968 e seguiu por outro até chegar em seu LP em 1973 e o disco de chamou Barros de Alencar, e em 1975 lançou outro disco, também chamado Barros de Alencar. E em 1978, adivinha! Outro disco chamado Barros de Alencar. E seu último disco em 1897 chamou Barros de Alencar Sentimental.
Barros de Alencar volta para a carreira de radialista que mantém até uma cirurgia na garganta forçar sua aposentadoria. Ele faleceu em 5 de junho de 2017.
Basicamente resumi a wikipedia.
A tal música que me chamou a atenção foi essa.
Até um tanto quanto racista para os nossos padrões atuais e completamente tiozão.
Barros De Alencar fazia a típica música de tiozão. Não é o que tenho saco de escutar, passa longe do que me identifico e escutaria em um dia normal, mas isso não quer dizer que não é interessante. é o um jeito de fazer as coisas que não acontece mais, tem todo aquele gosto (mesmo que meio ranço) dos anos 60 e 70 e é legal perceber que enquanto aconteciam revoluções, músicas de protesto, Beatles, hiuppies e posteriormente punks e metaleiros, um cara como Barros gravava suas músicas bregas de amor e achava seu público que procurava a simplicidade de um cara ficando louco de amor ou se declarando para seu amor ou pedindo socorro por amar alguém mais jovem que ele.
E é exatamente isso que não deveríamos esquecer, mas esquecemos constantemente: existe espaço pra todo mundo, então para de aporrinhar a vovó por gostar de músicas de velho e que até parecem machistas, chauvinistas e sei lá mais o que para os padrões de hoje. E a vovó para de aporrinhar a netinha por escutar músicas de putaria. (na verdade, já repararam que as músicas estão carecendo de alguma putaria de vez em quando, mas isso é pra outro dia).
*Troque vovó e netinha por qualquer grupo.
E a notícia da morte dele.
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