Um tempo atrás, acho que duas semanas, um trecho do novo programa do Bill Nye, Bill Nye Saves The World do Netflix estava sendo comentado no Twitter.
O trecho é esse aqui:
os comentários gerais eram de que Bill Nye agora é um lacrador e deixou de fazer ciência de verdade. Claro que isso já leva para a velha discussão direita x esquerda, lacração, muito perdido e todas essas coisas que escutamos o tempo todo.
Eu admito que estranhei, não achei ruim, mas era bem diferente do que eu conhecia de seu consagrado Eureka. ANtes de escrever qualquer coisa, por isso da demora, tinha que assistir ao programa. Vi o primeiro episódio para ter uma ideia de contexto e então procurei o tal episódio polêmico, mas nem tanto assim, sobre sexualidade.
De contexto a coisa mudou completamente, Bill Nye Saves The World, que está sendo duramente criticado por não ser o Eureka, não é o Eureka. Não é voltado para o público infanto juvenil como o antigo programa era, não tem tantos experimentos. É mais uma explanação e debate. Não deixa de ser relvante, não deixa de ser didático e não deixa de ser ciência, só não é o Eureka.
O primeiro episódio sobre aquecimento global foi bastante claro, sem apelação sentimental, direto ao ponto, estamos fodidos se isso não mudar.
E o tal programa sobre sexualidade?
Episódio 9.
Bill faz um monte de trocadilhos sem graça sobre sexo, o que por serem propositalmente sem graça funcionam. O programa mostra uma matéria feita na Coreia do Sul sobre o K-Pop e como isso tem mudado uma sociedade bastante conservadora sobre como homens e mulheres devem se portar. No segmento principal Bill explica a diferença entre sexo, gênero, orientação sexual e auto expressão. Tudo com dados, tudo com embasamento científico. Ele não tira dados do cu para defender uma ideia. Além disso ocorre a animação dos sabores dos sorvetes, debate e a tal música que você já viu ai em cima. Admito que o segmento do debate foi ruim, no programa de aquecimento global ele foi bem mais longo, aqui não houve tempo, mas [e um programa de TV, existe tempo e ele é curto.
Fora do contexto estranhei, lembrava de Eureka, no contexto faz todo sentido.
A diferença de lacrar, como eu odeio esse termo fora do contexto original, e de ciência não está no tema, falar de sexualidade não significa lacrar, não deve ser aceito ou questionado imediatamente por isso, deve ser visto, pensado, analisado e comparado, checar dados e fontes, enfim, como deveríamos fazer com tudo.
Não é só por não concordar ou por um grupo de pessoas exageradas e histéricas falarem daquele tema que deve ser descartado. Não é difícil de checar informações, a internet e o Google estão ai pra isso.
E sobre o uso de uma música para ilustrar um ponto de vista, isso já acontecia no Eureka.
A minha vida é um tanto patética, não vou mentir pra vocês, não tenho lá muito o que fazer. Até os nerds me acham nerds demais. Com esse tempo livre e um gosto duvidoso eu comecei essa maratona, um mês vendo filmes de fantasia dos anos 90 pra baixo. Foquei mais nos Sword & Sorcery, deixei de lado todos aqueles filmes de temática greco/romana, por exemplo.
Consegui chegar na marca dos 27 filmes, comecei bem mais empolgado, mas na ultima semana só terminei de ver um filme e dei a conta por encerrada. Sim, eu poderia ter feito mais se me esforçasse mais ainda, mas acredito que 27 é uma marca notável. Essa já é uma dose 4x acima da letal para a maioria das pessoas.
Aquele filme do He-man que decepcionou muita gente, um perfeito exemplo da Cannon Films. O grande motivo pra essa obra prima de gosto duvidoso ser tão diferente do desenho animado é que a licença dele é apenas dos brinquedos, e não da Filmation, que detinha os direitos do desenho animado, além disso o filme tem orçamento ridículo e uma tentativa de ser sério para ganhar o público adulto.
Esse eu recomendo, ele não é tão Sword & Sorcery como eu esperava. Só tem de magia o lance transcendental de meditação dos guerreiros e de espada tem bastante, o que rende ótimas lutas. Ele tem um pé na tradição de Conan, um braço no Mad Max e o resto todo no western. Boa produção, boa aventura e Patrick Swayze na sua época de filmes de ação.
Desenho francês muito louco, um futuro tão absurdo que magia e tecnologia não se distinguem. A animação é bonita, cheia de belas cores e paisagens, mas o movimento é meio travado. Desenhos para adultos dos anos 80 sempre ofereciam alguma coisa interessante. Recomendo.
Outro que fugiu da regra, tem todos os elementos de uma boa cópia de Conan, Um lutador fortão, uma seita maligna, deserto e porrradaria, mas tudo se passa num futuro Mad Max. Filme italiano.
Animação dos anos 70 com tudo que essa época pode oferecer de louco. Magia e tecnologia se misturam, com futuro apocalíptico, bem e mal e o medo da guerra nuclear. Tudo que a geração de hippies gostaria num filme.
Filme com a Lana Clarckson, no melhor estilo Conan, mas com uma mulher badass. Elenco de atuação duvidosa, lutas e efeitos ruins e um roteiro que envolve violência, ganância e todos os elementos de um bom Sword &Sorcery. Claro, é apelativo e não passa nos crivos atuais do que é politicamente correto, mas como disse, é um Sword &Sorcery de raiz.
Outra bela animação, algo entre a alta fantasia e o Sword & Sorcery. Um mago, uma unicórnio e uma trama envolvendo um segredo ancestral. A trilha sonora é linda, feita pelo America. Tem uma bela história e uma linda animação.
He-Man e She-ra: O segredo da espada mágica. (1985)
Outro desenho, esse foi o primeiro filme que vi em um cinema. Mesmo tendo todo aquele lance de um desenho infantil dos anos 80 o Segredo da Espada Mágica é muito bom.
Lana Clarckson volta, mas como outra personagem, agora uma princesa refugiada que vira um tipo de líder das amazonas e pode usar uma espada mágica. Melhor que o primeiro, tem mais identidade própria.
Ator
The Fighting Eagle. (1982)
http://www.imdb.com/title/tt0085183/?ref_=nv_sr_1 Os Italianos fazendo Sword & Sorcery são incrivelmente divertidos, pelos motivos errados. Ator é uma franquia daquelas que só fica o nome do personagem e vai se filmando na moda caralha. O primeiro filme é uma história simples de pegue a arma mágica e mate quem matou seus pais. Mas tudo isso é feito de maneira tão torta e incomoda que o filme se torna memorável.
Uma das franquias mais famosas de Espada e Magia. Sempre com um Deathstalker novo, esse primeiro é bastante Conan, com direito a torneio e uma luta esquisita no final.
Uma das animações mais bonitas que você conseguiria ver na época, com uma história épica do que define um bom filme de Espada e Magia. É gigantesco, imaginativo e épico.
Agora com novo protagonista, mais para um ladrão do que para um bárbaro. A dupla feita entre Deathstalker e a princesa são a alam do filme. Esse é meu Deathstalker favorito.
Esse filme mistura um mago demoníaco, um programador de computador e algo como uma versão boazinha de HAL 9000. O filme é uma loucura, mas divertidíssimo. Parece um RPG, como o nome sugere. O filme também tem o nome de Ragewar, mas Dungeonmaster é um nome bem mais legal.
Mais um Ator, esse eu tinha visto quando era criança, e nas minha memórias confundia com Crepúsculo de Aço. O visual do vilão com o capacete cromado e roupa preta é bem legal. O filme é confuso e meio chatinho, mas vale pelas interpretações ruins, efeitos especiais piores ainda e coreografias de luta tiradas da segunda série do primário. O filme é tão pobre que só existem 3 espadas na produção toda. Também conhecido como The Iron Warrior.
O único filme dos anos 60, bem mais inocente que todo o resto. Bastante recomendável. Um desafio após o outro sendo vencidos por um cavaleiro e o portador de uma espada apelona pra cacete. No Brasil é chamado de As 7 Maldições de Lodac.
Uma continuação do Deathstalker original, a volta do bárbaro com metade do orçamento num filme tão bagunçado e mal feito que fica divertido. O filme usa cenas dos 3 filmes anteriores fora de contexto pra montar uma história.
Esse bárbaro que tem um lance meio de Tarzan é bem divertido, num filme totalmente Espada e Magia, Beastmaster agrada pelo espírito sessão da tarde, produção acima da média e um bom humor geral. Tem uma ótima dungeon com inimigos que eu colocaria de boa nos meus jogos de RPG.
O mais fraco da franquia, na dúvida e com baixo orçamento leve a aventura para a Terra do século XX. vilão meio bobo e piadas com a vida cotidiana não tão boas, até é assistível, mas se você pular esse e ir para o 3 não perderá muita coisa.
Esse é bem diferente dos outros, produção britânica da Disney. Mais dinheiro, mas nem uma superprodução. É o único que um mago é o protagonista. A aventura é bem legal e os efeitos até legais para a época. Bastante recomendável.
mais uma vez nossos amigos italianos, e esse é ruim de doer, Thor se passa em algum período estranho da pré história, conhecem o aço, mas não conhecem cavalos. Thor aqui nada tem a ver com o Deus do Trovão, só um aproveitamento do nome. Esse filme é tão ruim e tão errado do começo ao fim que é impossível não se divertir.
Não tem um trailer, mas fiquem com duas ótimas cenas do filme:
Um filme de busca de uma arma mágica, sacrifício e um vilão indestrutível. O filme seria só mais um Sword & Sorcery se não fosse todo protagonizado por mulheres, como o título sugere. Um filme de espada e magia cheio de mulheres dos anos 80, nem preciso avisar de quanta apelação e exagero tem né?
Yor é um filme esquisito, com uma cara de pré história e que depois descamba pra um scifi. A espada em Yor é um porrete ou uma arma laser e a magia é a tecnologia. Inesperado define esse filme. Ele não é exatamente bem feito, mas é de tanta energia criativa que vale ser visto. Note a música tema do herói.
Mais uma busca por vingança e uma arma apelona ao extremo. Um bom filme de jornada do gênero, segue a linha clássica, mas é um pouquinho esquecível. Pelo menos tem bastante criaturas mágicas e um arco explosivo que até desatola barcos.
Em 1995 o RPG no Brasil chegou ao seu auge, 5 grandes editoras publicavam material de RPG. Tínhamos um mercado feliz e cada vez maior. Uma das editoras, a Devir, na verdade a primeira editora de RPG no Brasil, começou um evento em 1992 chamado Encontro Internacional de RPG. Este evento anual trazia um convidado internacional em cada uma de suas edições e em 1995 foi a vez de Dave Arneson.
Um dos pais do Dungeons & Dragons estava muito feliz de vir ao Brasil, praticamente todas as editoras que publicavam RPG aqui tinham algum material dele. Ele estava tão feliz que negligenciou recomendações médicas e isso quase que acabou muito mal.
Arneson tinha extraído um dente antes de vir para o Brasil, sendo diabético isso exigia cuidados extras. Mas, querendo muito vir, ele nem disse ao seu médico sobre a viagem.
O Encontro internacional era composto de 4 dias de evento. Nos primeiros dias ninguém notou nada, sua barba espessa escondeu qualquer inchaço. No último dia todos viam que ele estava com um grande abcesso na boca. Quase no fim de evento ele disse aos organizadores que não se sentia bem e que voltaria para o hotel mais cedo. Um dos organizadores, Douglas Quinta Reis, o levou para o hotel, e por sorte combinaram de almoçar no dia seguinte.
Douglas em uma entrevista relata que esperou Arneson ligar, mas como isso não aconteceu ele foi procura-lo no hotel. Chegando lá Arneson estava de cama, não conseguia se levantar, sua infecção estava tão forte que o quarto todo cheirava mal. Rapidamente Douglas o pegou e levou a um médico conhecido que mandou que fossem com urgência para um hospital.
Dave Arneson foi operado e medicado, sua infecção bucal havia se generalizado, ele passou uma semana internado e com ajuda dos membros da Editora Devir que o haviam trazido ao Brasil cuidando dele. Douglas também contou que a infecção foi tão séria que só o cheiro do enxaguante bucal que foi receitado para Arneson o deixava grogue.
Mas para a sorte de Dave Arneson e de todos nós que jogamos RPG, ele escapou dessa em 1995, vivendo até 2009, mas essa parte vocês já sabem.
Essas informações foram retiradas da entrevista que Douglas Quintas Reis cedeu a Rafael Carneiro Vasques publicada no youtube 1 de julho de 2016.
Will Arnett consegue ser muito engraçado, até narrando uma torrada na torradeira.
Ponyo. (2008)
Já tinha visto e revi (algumas vezes) passando para meus alunos. Continua bom mesmo depois de ver tantas vezes seguidas. Isso vale para Cantando da Chuva e Gigante de Ferro. http://www.imdb.com/title/tt0876563/?ref_=nv_sr_1
http://www.imdb.com/title/tt0044672/?ref_=nv_sr_1
Eu tinha visto esse filme quando era criança, praticamente não lembrava nada e o que lembrava estava misturado com outros filmes. Um belo filme de época de um circo que nem existe mais. E a mensagem é clara: O Show tem que continuar.
Coneheads (1993)
http://www.imdb.com/title/tt0106598/?ref_=nv_sr_1
Uma daquelas comédias basntante esquecidas dos anos 90, mas suficientemente diferente para entrar para o imaginário nerd/cult. Alienígenas, costumes e família.
http://www.imdb.com/title/tt4600952/?ref_=nv_sr_3
Aquele tão falado filme russo de super-heróis. Persoangens com visual interessante, bastante cliché e brega, mas essa é a parte boa. Depois descamba pro mais puro exposition e termina com um gigantesco Deus Ex Machina.