segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Electra Woman and Dyna Girl

Um filme que se falou muito durante a produção, mas quando saiu meh, meio que o interesse da internet por ele morreu, e por causa disso acabei perdendo a data de lançamento, acabei esquecendo e só vi hoje.

Dessa vez não tenho a exclusividade, muitos já escreveram sobre o filme, mas não quis deixar passar.

Electra Woman and Dyna Girl (2016) é um reboot da série de mesmo nome de 1976.

A série original teve 16 episódios, foi lançada em 1976 e não foi nenhuma maravilha. Era uma série para crianças que satirizava uma outra série de 10 anos antes, Batman. A dupla da vez, duas reporteres, Judy e Lori, trocavam de identidade para Mulher Elétrica e Garota Dínamo para combater o crime. E os vilões mais bizarros estavam ali. A coisa toda era bem maluca e bastante Batman 66. Até as armadilhas estavam ali, os gadgets, que não eram poucos e com nomes electra isso, electra aquilo. Os uniformes colã eram ótimos, no mal sentido, tão ridículos que tornavam tudo mais legal. Eu só conheci essa série por conta do remake, mas é tão ruim e tão galhofa que vale a pena ser vista.

Nos papeis principais estavam Deidre Hall, Electra Woman e Judy Strangis, como Dyna Girl. Deidre Hall participou em pequenos papeis em filmes e séries, e estáem Days of Your Lives (Aquela novela que não terminará nunca) desde 1976, aparecendo em mais de 2000 episódios. Judy Strangis fez pequenos papeis e sua última participação no cinema e TV foi dublando a Babydoll em um episódio de Batman A série animada em 1994.

Alguns episódios completos são facilmente achados no Youtube, mas sem legendas.

abertura:


Um bom filme, uma péssima adaptação.

E saiu em 2016, Electra Woman e Dyna Girl. Depois de anos de projetos sendo cancelados e reanimados o filme saiu. Um reboot que usa pouco do material original, na verdade se trocassem o nome das personagens o filme não ganharia e não perderia nada. 

O filme foi lançado originalmente como uma minissérie de websódios de 11 minutos, e só depois compilada como um único filme. Acho que a ideia era uma série regular, mas infelizmente não aconteceu.

O universo criado para o filme é bastante interessante, mesmo que não seja de todo original. Um mundo cheio de Super Heróis, uma banalidade conhecer um ou outro e eles não tem lá muito o que fazer, os super vilões não existem mais. Anos atrás aconteceu a Guerra das Sombras, um embate entre vilões e heróis, um grande evento que matou muitos heróis, mas exterminou de vez toda a vilania. 

Nesse mundo que não tem mais utilidade para seus super heróis, mas que ainda os usa para vender refrigerantes e outras coisas. Nesse meio uma dupla de heroínas, falidas e sem nenhum status, continua sua vida de heroísmo, Electra Woman e Dyna Girl. 

A vida delas melhora quando um vídeo delas impedindo um assalto num mercadinho viraliza, logo conseguem um contrato, fama nacional e novos uniformes e equipamentos. Isso gera conflito entre Electra Woman, que recebe todas as atenções e Dyna Girl, que de companheira vira sidekick. Pra piorar uma Super vilã ressurge. 

Então, SPOILERS 

O filme segue as duas super heróinas, enquanto Dyna Girl mantém seus valores e quer só combater o crime, Electra Woman se vislumbra com o glamour e a atenção dadas a ela. A super vilã que reaparece mata o Major Vangloria, o grande astro, até a Electra Woman aparecer, o que deixa todos os suer heróis apreensivos, ninguém quer lidar com o problema, apenas Electra Woman e Dyna Girl, que não têm poderes, só uns gadgets, vão enfrentá-la. A coisa dá errado, enquanto Electra Woman quer gravar um comercial do refrigerante que ela odeia, e antes estrelado por Major Vangloria. Dyna Girl quer caçar a super vilã, elas brigam e se separam, é o fim da dupla. Enquanto Electra Woman está sendo babaca jogando café quente num assistente que trouxe o café errado, Dyna Girl é raptada pela Super vilã, que realmente tem poderes.

Electra Woman vê um vídeo da amiga sendo raptada e percebe o que está fazendo da sua vida, e temos uma cena engraçada dela tentando chegar de Uber no estúdio para usar o super computador de Frank para achar a amiga. Ai que surge o maior herói de todos os tempos Uberman! 

Depois de chegar ao estúdio, descobrir que o mesmo empresário que a contratou contratou a Super Vilã e que ele quer as duas mortas na frente das câmeras, e resgatar a amiga que o filme vai para o confronto final.

Aqui a coisa vira a galhofa de vez, elas já tinham descoberto que a super vilã era a vizinha chata que criticava as duas, os poderes dela incluem telecinese e invulnerabilidade. Mas elas já conhecem, e sabem o quanto ela é alérgica a amendoins. E é isso mesmo, matam ela com um arremesso de amendoim, sua invulnerabilidade impede que ela injete o antialérgico. Pois é, uma das super fraquezas mais patéticas seguida da morte mais patética que uma super vilã pode ter. 

Fim dos SPOILERS

O filme acerta onde outros erraram feio, não digo as adaptações, mas as comédias cínicas e centradas em quanto os super heróis podem ser ridículos. Hancock foi uma droga, Minha Ex Super Namorada é horrível, totalmente esquecível e patético. Mas esse acerta, sendo um filme menor, sem nenhuma grande estrela de Hollywood, a coisa fica no nível doméstico, o que é ótimo.

A escolha de elenco foi muito acertada. Hannah Hart e Grace Helbig duas youtubers, funcionam perfeitamente nessa adaptação. elas têm ótimas química juntas e como a maior parte do tempo o filme exige diálogo rápidos e opiniões, o que youtubers geralmente são ótimos em fazer, o filme funciona. Admito que quando vi a notícia que usariam youtubers fiquei com um pé atrás. Mas funciona.

UMa coisa interessante de notar sobre youtubers é como isso está virando uma coisa de atores profissionais. Aqui no Brasil temos um monte de caras que odeiam algumas coisas e dão sua opinião, e por algum motivo desconhecido começam seus vídeos com "Fala Galara, aqui quem fala..." Nada contra esses caras e sua fama. se você tem seu público e está ganhando dinheiro com isso seja feliz. Mas percebo que a coisa está mais séria nos EUA, com gente capaz de assumir personagens e se profissionalizar, vendo o IMDB das duas moças ai em cima e vendo esse filme, dá pra encarar o canal do youtube um caminho para Hollywood tão perfeitamente bom como os mais tradicionais.

O filme usa muito das piadas com Super heróis e seus clichés, algumas são boas, outras são ótimas e só a minoria soa forçada ou boba. Não é um filme para quem odeia super heróis, é bobo, é divertido e é por isso que é legal assisti-lo. Também não é um filme para as tietes do Nolan que levam tudo a sério.

Agora, é uma péssima adaptação, temos os uniformes originais por algum tempo, alguns gadgets com o mesmo nome da série e Frank, fora isso nada mais é o mesmo, Judy e Lori são combatentes do crime em tempo integral, e não repórteres como no original, seus gadgets são mais falhos que na série de 1976, mas temos o gancho, que em 2016 tem mais gore. Como disse anteriormente, poderia ser qualquer dupla genérica de super heroínas. 


Disponível na Locadora do Paulo Coelho, boas legendas fáceis de achar.

Links:

domingo, 22 de janeiro de 2017

As travessuras de uma Sereia (2016)


Quando decidi escrever sobre cada filme que eu visse que alguém não o tivesse feito em português, nunca imaginei que isso ia acontecer com um filme novo e presente no Netflix, mas, aparentemente, ninguém escreveu uma crítica de As Travessuras de Uma Sereia (2016)

O título original é Mei Ren Yu, em inglês ele saiu com o título The Mermaid, escrito e dirigido por Stephen Chow, aquele mesmo do Kung-Fusão e Shaolin Soccer.

Filmes chineses, geralmente, são difíceis de definir o gênero, é uma mistura de tudo, e as vezes sem tempo pro espectador se preparar para o que vem, e esse leva essa regra ao máximo. Tecnicamente é um  comédia romântica, mas cai para o drama, ação, e até um certo gore com frutos do mar sem nenhum aviso.

Um rico empresário usa sonares para espantar golfinhos de uma costa que ele comprou, mas isso causa muito mal para as sereias que vivem ali, uma delas é mandada para seduzir e assassinar esse empresário, mas é claro que não vai ser simples assim.

Daqui pra baixo SPOILERS!

O filme é sobre Liu Xuan (Chao Deng), um ambicioso empresário que tem uma capacidade quase sobrenatural para tomar decisões de negócios, começou pobre e agora é bilionário (ou trilionário em dinheiro chinês, me perdi no câmbio). Ele compra uma propriedade, uma costa marinha, por uma fortuna, todos acham a ideia idiota, pois o lugar é um santuário de golfinhos e nada pode ser feito com a terra, mas ele tinha instalado sonares que espantou os golfinhos, mas os sonares são tão fortes que faz os bichos explodirem se insistirem em ficar ali. Mas a terra em disputa não é só habitada por golfinhos, existem sereias lá também. As sereias ficaram presas ali, elas não tem como passar pelos sonares, por algum motivo, o filme não explica. Os sonares mataram muitas delas, deixaram outras doentes e a coisa tá toda uma miséria. Mas eles têm planos, matar Liu Xuan.

Para isso escolhem Shan (Yun Lin), uma jovem sereia que entende como viver entre os humanos, ela tem sua nadadeira dividida ao meio, para poder andar, o que parece não doer, sei lá, o filme é meio esquisito quanto a isso. Mas Shan invade uma festa e tenta seduzir Liu Xuan, o que acaba dando certo, ele telefona pra ela, marcam um encontro e aqui a confusão acontece. é claro que Shan irá se apaixonar por Liu Xuan, que na verdade nem é tão mal assim, ele só se perdeu de seu caminho. 

A rival amorosa de Shan é Li ruolan (Yuqi Zhang), ela é mais inescrupulosa que o Liu Xuan, pelo menos da metade do filme pro final é. Ela, secretamente está financiando uma equipe de captura das sereias. 

Shan não consegue assassinar seu amado, que acaba assustado e por isso corre para Li quando descobre que seu amor é uma sereia. Essa ordena o ataque. É nessa parte que o filme vira uma matança de sereias e deixa a parte comédia romântica totalmente de lado, agora que vem o gore e mortes. Entre as serias tem uma velha, que o filme dá a entender ter mais de 200 anos. Ela é sábia e poderosa, usa a água como arma e a coisa mais próximo de Kung Fu que temos nesse filme. Ela espera toda a matança acontecer antes de atacar, tá a cena é legal e tal, mas não deixa de parecer estúpido o fato que ela podia ter derrotado todos em segundos bem antes. 

Shan tenta fugir, é arpoada, seguida e Li a explode com um lança mísseis, nada mal pra uma comédia romântica, ein? Shan não morre, fica encalhada na praia, indefesa e receberá o golpe final pelas mãos de Li, mas é ai que Liu Xuan consegue chegar, ele a resgata e Li atira nele com arpões numa cena que fica bem no meio termo entre o drama e a comédia, mas ele consegue jogar Shan no mar antes de cair. 

O tempo é corrido e descobrimos que Liu Xuan doou toda a sua fortuna para pesquisa e preservação do meio ambiente, ele achou o mais importante na vida, redescobriu seu caminho e Shuan agora é sua esposa, ela sobreviveu, e aparentemente as sereias regeneram suas caudas, a explosão tinha arrancado sua nadadeira parcialmente. 

FIM DOS SPOILERS

A filme é uma bagunça, não é ruim na verdade, é bastante divertido e não tem um segundo de tédio, mas incomoda um pouco em algumas partes. Como a estupidez do roteiro em esperar o momento final para a velha super poderosa fazer alguma coisa, ou as mudanças de caráter dos personagens que só precisam de um frango frito e uma música para mudarem de ideia. 

Mas tudo isso é compensando pelas piadas rápidas, o filme tem tantas piadas, mas tantas que elas se atropelam. O humor chinês me agrada muito, com sua mistura de diálogos e ação pastelão. Aqui não é diferente, a cena de Liu Xuan na polícia é engraçadíssima. O Homem polvo cozinhando seus próprios tentáculos é incomodo, acho que isso é muito chinês, mas é engraçado mesmo assim, o ator, Show Lo, sabe levar a cena só com suas expressões. 

Se você quer um filme bobo e tranquilo, o que parece pelo título, deixe pra outro dia, As travessuras de uma Sereia é um título ruim, dá a impressão de um filme leve e romântico, mas que acaba te jogando na cara ação, gore marinho e até algum drama. Se você gosta dos filmes do  Stephen Chow, vai fundo, esse não fica devendo nada a dever para seus outros títulos, mesmo que não atue nesse. Acredito que pra quem nunca viu um filme chinês esse é palatável, vai estranhar, mas dá pra chegar até o final e se divertir. Claro, sensibilidade e sutileza não são o forte de Chow, é tudo explícito e exagerado, a mensagem ecológica está mais do que obvia e é repetida algumas vezes. Yun Lin está ótima no papel bobo de sereia, é a garota divertida que não aceita convenções, mesmo assim tenta fazer o certo, o que complica tudo no filme, é ela que acaba causando os acontecimentos no filme. 

Trailer: mas não recomendo ver, ele entrega algumas piadas do filme:

O filme está no Netflix e em praticamente qualquer lugar que você procurar.

Links:
http://eriklundegaard.com/item/movie-review-the-mermaid-mei-ren-yu-2016
http://www.imdb.com/title/tt4701660/?ref_=nm_flmg_wr_2

sábado, 21 de janeiro de 2017

Unicorn City


Uma coisa aconteceu, um tipo de revolução, nós os esquisitos sociais não somos mais os únicos a gostar das coisas legais, como RPGs, Sci Fi, Literatura de fantasia, hqs e outras coisas do tipo.

Os filmes de Super heróis são as maiores bilheterias, os mais comentados, amados e odiados, os filmes de games são os mais odiados, e todo mundo espera que um dia alguém faça um filme sobre game que as pessoas possam amar. Fica a sugestão, Sokoban daria um ótimo filme.

Mas o RPG vem correndo ainda por trás, de todas essas formas de nerdice sem dúvida é a mais complicada, a que toma mais tempo dos participantes e a mais difícil de explicar numa festa. Claro, vivemos em tempos modernos em que jogadores de RPG dão festas (e as pessoas vem, além do seu grupo de jogo) e eles são convidados para festas, pelo menos aqueles que não insistem em passar o tempo todo da festa tentando explicar o que RPG.

E mesmo o filho mais feio tem seu lugar ao sol. Filmes sobre RPG são relativamente frequentes. Não estão no cinema, não tentam adaptar universos (quando tentam falham miseravelmente, né D&D?) Mas, falam dos jogadores, Gamers () abriu uma porta que nunca mais foi fechada. Filmes indie de baixo orçamento, mas não por isso ruins, e Unicorn City é um ótimo exemplo deles.

Unicorn City (2012) conta  a história de Voss,(Devin McGinn) um jogador de RPG, fracassado na vida e tão auto centrado nos seus problemas que não percebe o que tem, é um babaca. Seu melhor amigo,  Clancy (Matt Mattson), que é tratado como capacho o tempo todo. Voss joga com um grupo de pessoas,  eles se autodenominam The Guild, (nenhuma relação com a outra The Guild) O jogo é mestrado por um mestre arrogante e controlador chamado Shadowhawk, esse cara será o antagonista da história. A vida de Voss é ruim, mais ou menos, ele não percebe o que tem, Marsha (Jaclyn Hales) é apaixonada por ele, mas ele não percebe, só fica pedindo favores idiotas para ela. Marsha, por sua vez, sofre de uma grande crise de ansiedade e só é capaz de falar de seus sentimentos a partir de suas personagens. Já deu pra perceber que cada personagem aqui tem uma jornada a cumprir, e unicorn City é exatamente isso, um filme de jornada.

As coisas começam a acontecer quando Voss se candidata para um emprego na Walrkocks of The Beach (a versão fictícia de Wizards of the Coast) e ele está empatado com outros concorrentes para a vaga, ele teria que se mudar para longe, mas isso não é um problema, não por enquanto. O diferencial que o entrevistador coloca para ele é: Seja um líder, organize algo na sua vida que você está no comando de um grupo de pessoas.

Daqui em diante SPOILERS!

Primeiro ele tenta assumir a Guild, mas falha, num duelo de seu pj contra um dragão, pela liderança, ele morre miseravelmente com uma falha crítica. Então ele tem a sua grande ideia, vai criar uma sociedade utópica em um terreno baldio, ele a chama de Unicorn City, chama seus amigos e convida a qualquer um que queira viver lá, a regra é que vivam de acordo com seus personagens, é um mundo livre para jogadores de RPG. Ele não revela seu real motivo, só Clancy e Marsha sabem de suas reais intenções. 

Clancy, numa missão para Voss, enfia seu pé em um buraco em um parque, tentando recuperar seu chinelo que caiu ali, acha sua espada, na verdade é um cano de PVC que parece uma espada, mas é suficiente para ele, essa espada é tomada por Voss, que é um babaca. Isso parece irrelevante agora, mas terá seu desfecho. 

Aqui que a maior parte do filme se desenrola, a luta contra as adversidades, escondendo-se da polícia e as piadas com os personagens, o centauro com bunda de carrinho de cooler é ótima. Shadowhawk invade, sabota, ganha a liderança com comida, Clancy e Voss brigam, por Voss ser um babaca. Para recuperar a liderança, Voss o desafia para um duelo, repetindo o feito anterior, ele aceita, mas como ele foi desafiado, pode escolher as armas, escolhe uma luta de palavras, de charadas no caso.

Voss perde feio o primeiro round de charadas e perde mais feio ainda a rodada de piadas Your Mama...

Desesperado usa sua espada de cano de pvc, Marsha o impede de fazer uma besteira, mas é atingida pela espada no rosto. Ele é expulso. Clancy o abandona para entrar para o exército e ganhar uma espada. A última coisa que Clancy faz é dar um conselho para Voss "Ela gosta de você, seu retardado." Sozinho, arruinado e sem amigos, Voss tenta recuperar seu acampamento, mas chegando percebe que a polícia está lá. A terra está contaminada e todos devem sair. Shadowhawk cria caso e um desentendimento começa. Voss salva Marsha de um taser, lidera seu povo contra a polícia, só para dar de cara com os reforços e todos acabam presos. Menos Shadowhawk que já tinha fugido. 

O juiz sentencia a todos em 800 horas de trabalhos comunitários que devem ser gastos recriando Unicorn City como uma atividade para crianças no parque municipal. E diz "Se eu puder ser o rei, diminuo a sentença de vocês para 700 horas;" 

Voss consegue o emprego, mas o recusa, ele descobriu o que tinha, amigos e a Marsha, todo que ele precisava, menos o emprego, estava sempre ali, perto dele, Marsha consegue se declarar para Voss, e Clancy está no exército, num acampamento em algum deserto, ele recebe um pacote, nele uma  carta e a espada de PVC. 

Todos aprenderam suas lições, Voss dá valor aos amigos e deixa de ser babaca, Marsha vence sua ansiedade e timidez e Clancy consegue sua independência e fazer algo de sua vida. 

O filme é bastante divertido para quem joga RPG e pra quem não conhece é só um filme de jornada com muitas piadas sem graça. Para jogadores que se levam a sério demais não recomendo o filme, vão achar ofensivo, na verdade recomendo, talvez aprendam alguma coisa. A trilha sonora é uma coisa a parte, que merece um post só pra ela, com muitas bandas independentes e músicas sobre RPG. Não é um filme perfeito, ele se perde as vezes, e Voss, algumas vezes está acima da simpatia do espectador, as vezes ele é só babaca demais. Marsha é um ponto alto, não é possível não gostar dela. Clancy merecia mais tempo de tela e mais falas. Todos os personagens têm suas esquisitices, o que ajuda muito, e é típico do cinema indie. 

Legendas só no esquema de pegar em inglês e rolar uma tradução automática.

Trailer: 

Links:

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Cherry 2000

Para completar os filmes que imaginavam  2017, Cherry 2000.


O filme foi lançado em 1987, com Melanie Griffith, e David Andrews, é um bleo exemplo de anos 80, o filme não poderia ser mais datado, tá poderia, Ruas de Fogo ainda é o filme mais anos 80 que existe.

Cherry 2000 é um excelente filme, mas ao mesmo tempo é totalmente meh. 

O filme se passa em 2017. Os EUA passaram por uma crise que o fragmentou em territórios selvagens e áreas civilizadas bastante yuppie. Nas civilização temos um mundo de alta tecnologia, burocratização e hiper sexualização, resumindo, yuppie. Por exemplo, para um pega numa balada é preciso levar o advogado e acertar os termos do contrato de relacionamento sexual antes de qualquer outra coisa. Isso gerou um um grande mercado para as mulheres robôs, como a Cherry 2000 do título. Nesse universo tem um cara chamado Sam Treadwell, ele é um yuppie apaixonado por sua Cherry 2000. Depois de mais um dia chato e cansativo de trabalho ele vai para casa, onde Cherry o espera, ela fez hambúrguer, seu prato preferido. Mas eles tem um momento romântico ali na cozinha mesmo, sua máquina de lavar parece que está com defeito e imunda a cozinha de espuma, mesmo assim eles se relacionam ali mesmo, mas Cherry é um androide de alguma idade já e sua vedação não é mais tão boa, ela tem um curto circuíto.  San procura um técnico, mas é perda total, apenas seu chip de memória se salvou. Ele precisa encontrar um novo corpo para Cherry 2000. 

Como essa é uma sociedade em que a reciclagem é o meio de produção, encontrar outra Cherry ali é impossível, ele tentará o cemitério de androides no deserto. Mas para isso precisará da ajuda de 
E. Johnson (aqui que entra a Melanie Griffith), uma rastreadora. No começo ele não quer ser ajudado por uma mulher, mas acaba cedendo.

Eles partem para o deserto, que é dominado por Lester, um maluco que forma uma gangue no meio do deserto, onde todos vivem um estilo de vida bastante americano, daqueles clichés, churrasqueiras redondas coloridas de ágata, mulheres de vestidos de bolinha e pasta d´água no nariz. E ele odeia rastreadores e fará de tudo para impedir Sam e Johnson de cumprir a missão. Por alguma coincidência cósmica uma ex do Sam é agora esposa de Lester. Ela meio que enlouqueceu, fugiu para o deserto e encontrou a felicidade entre esses malucos que vivem fazendo churrasco e tomando limonada debaixo do sol. 

Tem mais gente no deserto, Jake 6 dedos, um mentor da Johnson, lá perto do objetivo tem um casal maluco de um velho amigo do Johnson e uma garota apaixonada por Lester. 

O filme segue com algum conflito entre os grupos, um clima rolando entre Sam e Johnson, a morte de Jake e no fim a conquista do objetivo, eles acham uma Cherry 2000, mas como estavam em um monomotor acabam depois de uma breve e patética cena de luta, fugindo do deserto, abandonando Cherry 2000 e matando Lester. 

O filme tem seus problemas, e não são poucos, todas as sequências de ação são fracas, sem exceção, nada funciona, nem a cena do cartaz do guincho, e muito menos o conflito final entre Johnson e Lester, que acaba com a volta de Sam e uma das mortes mais meh e patéticas de um vilão no cinema.  Melanie Griffith está com o visual perfeito, acho que é a parte mais memorável do filme, ruiva e badass, mas muitas vezes não parece lá muito a vontade em seu papel. David Andrews é só genérico, não faz feio, mas também não tem nada de marcante, Isso não seria um problema, se como o cartaz indica, Melanie Griffith fosse a protagonista, mas não é o chato do David Andrews. Num momento ele fala que é veterano de guerra, isso pra justificar sua capacidade de luta e pra Johnson o respeitar. Tim Thomerson como Lester, o vilão doido está ótimo, ele combina perfeitamente com o papel e Pamela Gidley faz uma ótima Cherry 2000. 

O roteiro não é grande coisa, as cenas de lutas são patéticas e o desfecho é previsível, mas cade a parte boa de tudo isso?

O cenário é excelente, é um universo perfeito para os anos 80, a metáfora para tudo que se passava nos EUA está lá. Uma sociedade dividida em que um grupo tinha todo o dinheiro, mas uma vida vazia, outro só se ferrava sem nada, vivendo das sobras. Um grupo de pessoas decadentes vivendo com as glórias do passado, comendo churrasco no deserto e achando que está tudo bem, unidos pelo ódio aos rastreadores, que funcionam como o diferente, os invasores aqui. Uma falta de esperança geral para todos os lados. Ninguém espera mais do que isso, os yuppies querem morrer em seu luxo, os malucos do deserto estão a um passo de Mad Max, mas eles levam sanduíches e toalhas floridas em suas caçadas, e é claro com pasta d´água no nariz. Os rastreadores vivem do lixo e não esperam mais do que isso. Isso são os anos 80, o espírito da época pelo menos, uma década tentando lidar suas tradições, o novo e a liberação feminina. 

O filme foi um fracasso, ele foi produzido em 1985, adiado para 1987 e quando saiu meh, nada. Acredito que parte da culpa é por ser um filme ruim, Acredito que se o foco fosse mais na  Melanie Griffith e não no genérico do Andrews, e se o filme tivesse um pouco mais de ação na hora certa, um pouco mais de mostrar e não falar, seria um ótimo filme. Como o carro modafoqui da Johnson, que não serve pra nada, só é legal e está no cartaz. Ou o famoso Jake 6 dedos, que só está lá para morrer. 

Mesmo assim o filme é recomendável para quem viveu nos anos 80 e lembra da Melanie Griffith ruiva dirigindo seu carro pelo deserto e usando um lança mísseis. 

Trailer:

Links:

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Mas ein?

O que diabos aconteceu e por quanto tempo eu dormi?

Uns 3 anos atrás eu vi uma cena numa lanchonete que sintetiza o que penso sobre as mudanças, o progresso e como eu devo lidar com ele.

Eis o ocorrido:

Um cara, de uns 50 e alguma coisa de idade tentava comprar água, simples né, então, nem tanto. O senhor encarava a água lá dentro, parecia que estava escolhendo, mas como eram garrafas de plástico e não maçãs, a ideia me pareceu idiota. Momentos depois ele abriu a porta e continuou, agora mais de perto, a encarar as garrafas, que acreditam já deveriam estar curiosas de por que diabos ele não pegava uma e pronto? Então ele me pediu ajuda. "Eu quero uma água sem gás e não sei qual é?" Peguei uma água, de tampinha azul, as outras eram verdes, conferi o rótulo e entreguei pra ele. Ele foi reclamando até o caixa.

O motivo de eu contar essa história aqui é o fato de que por algum motivo esse cara ficou pra trás, ou não sabia ler, ou não enxergava e não sabia que era muito mais provável que as tampas azuis indicavam água sem gás. Esse é um medo que eu tenho, de ficar para trás, por isso atualizo meu equipamento sempre que é necessário, leio sobre política, tecnologia e informática diariamente. Sei em que pé que estão os carros autônomos, mesmo que nem ache que um dia compre um. Mas é a necessidade, quase patológica de não ficar para trás em conhecimento e na vida cotidiana.

Se por um acaso passei a impressão de um velho rabugento que odeia inovação, muito pelo contrário. Me recuso a pegar filas para pagar contas se posso fazer isso do meu PC, acho que todo lugar vai passar cartão e nunca tenho dinheiro de papel na carteira, tenho um monte de redes sociais, mesmo não sendo uma pessoa tão social assim. Descubro bandas novas praticamente toda semana.

Mesmo assim, com tudo isso me sinto o cara da água agora. Eu dormi, não é possível, alguma coisa aconteceu e eu nem vi isso vindo. Isso aqui aconteceu:


Nada contra o filme, ou esse cara ai, na verdade eu não tenho a mínima ideia de quem é esse gajo, quem diabos é Christian Figueiredo? Que escreveu uma autobiografia e virou um filme? Mas que diabos, quando isso tudo aconteceu? Tá, eu sei que o público dele é de pirralhada e tal, e que as coisas funcionam mais ou menos em bolhas, mas diabos! Isso não é exatamente pequeno pra eu nunca ter ouvido falar.

E isso não é o pior, e com a  Alessandra Negrini, até ai tudo bem. Mas eu pensei, no alto da minha velhice "Ela deve ser o par romântico dele" não! é a mãe?! Como assim? Nesse momento percebo que a Negrini tem 46 fucking anos, cacete, o que eu fiz todos esses anos? Ela tinha 20 e poucos tipo ontem!

Acho que o progresso chegou e eu não consigo mais acompanhar o mundo. 


This is my reality now.
Todo esse drama porque li isso aqui no Omelete: 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

The Running Man (Soundtrack)


Como prometido, uma olhada sobre a trilha sonora de O Sobrevivente (1987). Ela fede anos 80 e isso é ótimo. Se a trilha sonora de Barb Wire era um recorte bastante interessante, mas muito incompleto da década de 90, essa trilha é um recorte menor ainda, mas dos estilos que se consagraram nas trilhas sonoras.

Então aumente o som e se prepare para muito teclado eletrônico.

A maior parte da trilha sonora é composta por Harold Faltermeyer, um músico alemão que compôs mais de 130 trilhas sonoras para tv e cinema. Um monte de trilhas que você pensar é dele, Top Gun, e UM tira da Pesada.

Tudo bem que Top Gun tem três músicas emblemáticas, a do Harold Faltermeyer é a música tema orquestrada.

Eo o Sobrevivente ele fez quase todas as músicas do filme, o que deixa tudo com aquele ar anos 80, com seu épico pop das trilhas sonoras da época. Ele é daqueles que tem muitas, mas muita coisa. Vale a pena a fuçada com calma. na pior das hipóteses é como escutar uma coleção !the best of movies.



Além dele, na trilha sonora de O Sobrevivente está um outo conhecido desconhecido, John Parr, nascido  na Inglaterra, com passagens pelo Meat Loaf e uma participação no fim do The Who, e o nome provavelmente não te diz muito, mas dê play:

Continua na mesma né? Pois é, só pra cinéfilos classe 20, eu nem lembro dessa música. e nem desse filme eu consigo lembrar, mas a Wikipedia me disse que ele é importante e tal, então terei que vê-lo ocasionalmente. 

Mas a música que está no O Sobrevivente é essa:

Parecida com tantas outras, quase indistinguível de qualquer coisa que o Stan  Bush tenha feito, mas é legal, é aquele tipo de energia que não existe mais e que vinha lá dos anos 80. Brega, com tecladinho e um tanto genérica, mas é o retrato de uma época. Lembrem-se: Saudosismo tem mais a ver com um sentimento de uma época do que com qualidade.

Desculpe leitor, achei que ia render mais, mas ficou meio caído esse post aqui. Até pensei em apagá-lo e pronto, mas já tinha escrito e publicado no texto sobre O Sobrevivente que o faria. 

Links:

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

O Sobrevivente (1987)


O Sobrevivente (The Running Man, 1987) é um divertidíssimo filme que se passa, quase, em 2017. Na verdade o texto do início indica que o colapso da economia mundial, o controle totalitário da mídia e que praticamente todos os estados se tornaram zonas controladas paramilitares. A hist´roia começa nesse período, com Ben Richards (Arnold Schwarzenegger) um policial ou militar, algo assim, se recusando a matar civis que estão em um tumulto por comida. Os civis acabam mortos mesmo assim, Richards leva a culpa e passa 18 meses na prisão. Ele executa uma fuga, acaba preso de novo e obrigado a participar do game show The Running Man. 

Baseado no livro de Sthephen King de 1982, vagamente baseado pelo menos. O filme foi escrito por Steven E. de Souza. que pode significar qualquer coisa, mas geralmente o nome dele é mais lembrado por filmes que não deram tão certo assim. Pois, é todo mundo só lembra do Street Fighter que ele escreveu, dirigiu (e adubou com merda), mas o currículo do cara tem coisas legais também. 

Não vou escrever uma resenha sobre o filme, já existem ótimos textos em português sobre ele, É um filme muito menos esquecido que Barb Wire ou A Fortaleza. 

Então para bons reviews e críticas: 
http://bocadoinferno.com.br/criticas/2016/02/o-sobrevivente-1987/
http://horrorreviewing.blogspot.com.br/2016/02/o-sobrevivente.html
http://www.ccine10.com.br/o-sobrevivente-critica/ 
http://td1p.com/podtrash-134-o-sobrevivente/ (áudio)
http://garciarama.blogspot.com.br/2015/06/the-running-man-o-sobrevivente-1987.html

Algumas coisas só:

O filme guarda muitas semelhanças com A Fortaleza (1992). Personagens da lei, mas traídos por ela, que tentam, mesmo assim, fazer o bem. Ajudados por suas contrapartes femininas e tem um hacker pra cada um. A necessidade de vencer o sistema, mas sem conseguir realmente derrubá-lo. As prisões tem meios de manter os prisioneiros dentro delas, mas no caso do Running Man é só no começo do filme, e no Fortress é o plot todo. O estado totalitário justificado pela miséria e a manipulação da mídia. No caso do Running Man é algo bastante difundido enquanto no Fortress só vemos isso dentro da prisão, mas nunca realmente vemos o mundo foda da prisão nesse filme.

O filme é divertidíssimo, com um ótimo clímax e ação que dura o tempo todo. Com personagens e visuais muito inventivos. Só uma pena a participação de Jesse Ventura ser tão meh. Nunca vemos realmente o confronto que o filme fica fazendo a gente imaginar que vai ser o confronto final. Mas o fim é bem satisfatório e tem a catarse necessária para um filme de ação.

A trilha sonora de O Sobrevivente é bem legal, com toda aquele minimalismo e tecladinho dos anos 80, então receberá um post só pra ela, como foi esse aqui da Barb Wire.

Trailer:


Links:
https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Running_Man_(1987)
http://www.imdb.com/title/tt0093894/

Um sonho do Sandman sobre sonhos e escritores.

Não costumo contar sonhos, pois sei o quanto isso pode ser chato, acho que essa tirinha do XKCD explica bem a situação:

Mas como sonhei que estava escrevendo uma história, e mais, era uma história do Sandman, e mais ainda, depois eu contava a história para o Neil Gaiman, vou contar a história para vocês.

Acredito que ela estava no meu livro, lá na biblioteca o Lucien, até a hora que eu a escrevi aqui. 

Eu sonhei com um desenho que eu teria feito, na verdade não fiz, mas jurava que tinha no sonho. Nele, um desenho dos 7 perpétuos, Sandman está no meio, sério como sempre, destino se vira pra frente, com o semblante vago, Morte sorri em um canto, Delírio olha para as próprias mãos e se perde em pensamentos, ela está sentada num canto. Destruição de braços cruzados só observa seus irmãos. E a parte incomum, Desejo e Desespero estão brigando. (tentarei fazer esse desenho mais tarde).

A história que eu escrevi sonhando, agora reescrevo, o mais precisamente que consigo, acordado. Eles estão brigando porque estavam em um carro, ora dirigido por Desejo, ora por Desespero, a irmã que não dirigia dava as instruções. Os outros 5 perpétuos iam no banco de trás.  O carro bateu, então agora discutiam como resolver o problema, estavam na frente de uma oficina mecânica, era noite e não havia ninguém ali. 
desenho de Mike Dringenberg

Morte sobe no portão trancado por uma corrente, ela mata a corrente, que vira ferrugem, e o portão se abre. Sandman é o primeiro a entrar, mas não há nada ali que possa ajudá-los. Então ele pega os sonhos que estão ali, partes de carros. vai jogando ao chão essas partes. Se fosse uma concessionária provavelmente haveria sonhos de carros inteiros e novos, mas ali, na oficina, apenas pedaços. destruição começa a soldar as partes montando o carro com as partes que Sandman largou pelo chão. Fica acertado que quem deve guiar o carro é o Destino, ser cego não parece um problema, e quem deve dizer para onde ir, no banco do passageiro, é a Delírio. 

Acho que escrevo melhor dormindo, se teve paciência pra ler isso, obrigado. Agora continuando com a programação normal. 



quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

A Fortaleza (1992)


é difícil explicar para a geração atual o que exatamente foi a carreira do Christopher Lambert. Com alguns bons filmes esquecidos, o mais famoso deles, Highlander, sem nenhum grande sucesso nos últimos 20 anos e com praticamente a mesma interpretação em todos os filmes. Mesmo assim fez sucesso e seu nome vinha, as vezes, até maior que o título do filme, mas sempre na parte superior do cartaz. Eu não diria que é um ótimo ator, mas simpatizo com ele.


SPOILERS!

A Fortaleza (Fortress, 1992) é um desses filmes que é difícil dizer para que foi feito. Ele conta a história de John Henry Brennick, que foi condenado, junto com sua esposa, por tentar ter mais um filho, num EUA que a lei marcial e controle da população. Ele é mandado para a Fortaleza, uma prisão particular no meio do deserto, onde até seus sonhos são controlados. A maneira usada para manter os prisioneiros na linha é o intestinador. Um aparelho que é engolido e fica alojado no intestino do prisioneiro. Esse aparelho causa dor ou pode até matar, dependendo se o prisioneiro passa pela linha amarela ou a vermelha, e também da vontade do diretor.

O filme, em última análise, é um filme de fuga. Elementos do dia a dia são apresentados, possíveis companheiros e empecilhos ao herói para conseguir escapar e seu antagonista, o diretor da prisão, ou será que há mais? pan pnapna! Sim, há, o diretor da prisão é apenas mais uma vítima, um bebê adotado pela corporação que foi transformado em um ciborgue incapaz de amar, comer, beber ou dormir. Ele é o funcionário perfeito, passou a vida toda na sua sala de controle, mas ele se apaixona pela esposa de Brennick. A fortaleza serve tanto como prisão masculina como feminina, na verdade é até estranho que as alas sejam tão próximas considerando o tamanho dessa prisão subterrânea no meio do deserto.

Karen, a esposa de Brennick cai nas graças de do diretor Poe, o ciborgue. Ela vai usando essa influência para conseguir dados e ajudar seu marido. Brenneck é um ex capitão do exército, o melhor dos boinas pretas, mas perdeu seu pelotão em uma desastrosa missão, se você acha que eu joguei essa informação no meio do texto é exatamente isso que o filme faz, coloca essa informação, sem lá muito cuidado para justificar o quão fodão Brenneck é. Como alguém que quer mudar as coisas, acaba se envolvendo em brigas para salvar um novato e depois se recusa a matar outro prisioneiro ele é lobotomizado. Karen o cura usando a mesma tecnologia de controle de sonhos. A cena é bem piegas e cliché, mas tem seu charme. Essa sequência serve para adiantar o filme para o final de gravidez da Karen, já que Brennick passa meses lobotomizado.

Poe quer se casar com Karen, mesmo que ele seja equipado como um boneco Ken, acho que num lance meio KIng KOng de amor aqui. Uma afeição pueril, seu restinho de humanidade. Ele promete para Karen que ela poderá criar seu próprio filho e que Brennick estará livre. Mas por esses relances de humanidade, o computador que controla a Fortaleza destitui Poe do cargo, e no mesmo momento Brennick começa sua fuga.

A sequência da fuga é o climax do filme, mesmo datado tem seu charme, vai morrendo gente, os companheiros de Brennick vão caindo um a um, mesmo que evidente que estão lá para morrer, os personagens são suficientemente construídos para nos importarmos, mesmo que só um pouquinho com eles. Os caçadores de fugitivos são ciborgues, feitos com os bebês ilegais apreendidos. Seu visual e armamento ficaram legais, nada que já não tinha sido feito antes, mas estamos aqui no início dos anos 90, a moda dos ciborgues estava no fim, mas ainda gerava frutos. O confronto final com Poe é mais triste e patético do que uma sequência de ação. Tinha uma tentativa de simpatia pelo vilão aqui, que nunca teve escolha, mais uma vez, no estilo King Kong, mas não funcionou para mim. Faltou alguma coisa para Poe ser suficiente humano para eu compartilhar do sofrimento dele.

A fuga continua, companheiros vão morrendo, eles usam o um caminhão na fuga, até que se refugiam numa casinha, pouco antes da fronteira. Karen está dondo a luz. Por algum motivo que o filme não explica, a IA do Men-Tel, resolve só agora atacar e matar as pessoas com o caminhão. Se ela tinha o controle do caminhão remotamente o tempo todo por que diabos não desligou bem no meio do deserto na frete da prisão? De qualquer maneira o filme tenta um climax final, que é meio meh. A sequência de ação anterior foi bem melhor. Aqui a luta entre homem e caminhão faz de vitima o novato, aquele que o Brennick passou o filme todo ajudando, e até foi lobotomizado por isso. Brennick luta usando a metralhadora que roubou do ciborgue, e até que em fim fica sem balas, o que é engraçado, porque o cinturação de munição nunca se mexe, ele usa o lança chamas, que detona com o caminhão. O veículo do mal dá sua última investida e bate contra a cabana em que Karen estava dando a luz. Brennick fica desesperado, mas de alguma maneira absurdamente mágica, ela dá a luz sozinha, corre com o bebê no colo para uma proteção distante em pouco mais de 20 segundos.

Brennick é o personagem perfeito, não no bom sentido, ele sabe fazer de tudo, conhece tudo, e o que ele não sabe, Karen sabe, a simbiose dos dóis em compartilharem planos sem ao menos um falar com o outro as vezes atrapalha a crença na trama. Poe é um bom vilão, mas perde valor durante o filme. A sequência final não é tão impressionante como a anterior, o que desacelera o filme na hora errada. Como uma ficção científica de orçamento médio é até interessante. O cenário é legal, o medo da época da perda de identidade e dominação das máquinas é de um saudosismo bacana e mesmo monointerpretativo Christopher Lambert faz um personagem legal.

Mas esse filme cumpre o motivo da postagem, filmes que acontecem em 2017. Sim, mas de uma maneira bastante sutil. O único lugar em que a data 2017 aparece é na sinopse oficial do filme. Não falam no trailer, falam em um dos trailer e no filme não. Durante o filme a única coisa que indica mais ou menos em que futuro estamos é a data de nascimento de Brennick que aparece em um monitor: 28/03/1978.

Vale ver o filme pela data (mais ou menos), pelo saudosismo dos futuros apocalípticos imaginados para o futuro e do medo homem-máquina e a perda da identidade e da liberdade que rondava do final dos anos 80 até o final dos 90.

Existe uma continuação, lançada em 2000 que não tive o prazer (ou desprazer) de ver ainda. Como ela só acontece 7 anos depois, isto é em 2024, tenho bastante tempo para ver. Coincidentemente Highlander II se passa também em 2024.

trailer:


Trailer com 2017 na narração:

Links:
http://www.imdb.com/title/tt0106950/?ref_=nm_flmg_act_61
http://www.seuyoutuber.com/trailer/12088/a-fortaleza-1992.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fortress_(filme_de_1993)
https://en.wikipedia.org/wiki/Fortress_(1992_film)
https://en.wikipedia.org/wiki/Fortress_2:_Re-Entry

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Barb Wire (1996) Soundtrack


Toda geração acha que o seu mandato teve as melhores músicas, é claro que esquecemos do esquecível, ficamos com o melhor e temos a impressão de que só existiam naquela época meia dúzia de bandas com meia dúzia de músicas.

Mas o volume de coisas que ficam para trás é enorme. Para cada Pearl Jam e Nirvana existem centenas de Explendoras e Solomon Grundy. Um jeito divertido de achar novas bandas velhas são nas trilhas sonoras. Uma trilha sonora tenta vender um monte de bandas, as vezes, com muita sorte uma ou duas aparecem no ano seguinte com algum hit, e depois, com mais sorte ainda, uma dessas é lembrada 10 anos depois.

A trilha Sonora de Barb Wire (1996) é um recorte bastante interessante de músicas e bandas dos anos 90. A maior parte está bastante esquecida, mas vamos fuçar nisso hoje. Se são boas músicas, essa parte fica para você decidir.

Vou seguir a ordem que elas aparecem no disco:

01- Welcome to Planet Boom
Tommy Lee
 - É o cara do  Mötley Crüe, o mais famoso dessa lista, na época ele era casado com a Pamela Anderson. Hoje isso é um rolo desgraçado. é bastante conhecida, então vamos seguir com a fila. Mötley Crüe começou em 1981 e acabou em 2015, pois é, nem tava sabendo disso. Ultimo disco em 2008.



Links:
https://en.wikipedia.org/wiki/M%C3%B6tley_Cr%C3%BCe
https://en.wikipedia.org/wiki/Tommy_Lee
https://open.spotify.com/artist/0cc6vw3VN8YlIcvr1v7tBL

02- She's So Free -
Johnette Napolitano

- Johnette nasceu em 1957, começou a carreira em 1982 - ela esteve num monte de projetos, alguns para trilhas sonoras e algumas bandas, a mais famosa Concrete Blonde. Ela toca baixo e canta. A banda de Rock alternativo que teve alguns fins e voltas teve, em 1990, seu álbum mais famoso: Bloodletting, seu single foi Joey.

A canção Joey.

Links:
https://en.wikipedia.org/wiki/Johnette_Napolitano
https://www.facebook.com/officialjohnettenapolitano/
http://www.concreteblondeofficialwebsite.com/
https://open.spotify.com/artist/1cHgx0q9MBCY2g17T40dFj
https://open.spotify.com/artist/2ICSjfBpos9PxMhGhX25N2

03- Spill the Wine
Michael Hutchence

Pelo nome você não lembrar quem é, mas a sua banda (de 1977 até sua morte em 1997) provavelmente você conheça: INXS. Ele morreu enforcado com um cinto atrás da porta de um quarto de hotel. Sua faixa no disco BArb Wire foi solo e um ano antes de morrer.

E aquela que todos conhecem:

Links:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Michael_Hutchence
https://pt.wikipedia.org/wiki/INXS
https://en.wikipedia.org/wiki/Michael_Hutchence
https://open.spotify.com/artist/1eClJfHLoDI4rZe5HxzBFv

04- Word Up
Gun
Uma banda de Glam Metal, Hard Rock, Heavy Metal. Seu maior sucesso é um cover que está no filme, e ela acabou logo depois disso, voltou em 2008. Eles são de Glasglow e no Reino Unido conseguiram vários singles lá pelo meio do Top 100. Fora de Terra onde o Sol nunca se põe só Word UP vingou. Depois da volta tiveram vários discos. Admito que nunca ouvi falar desses caras, mas darei uma chance pra eles.

Links:
https://en.wikipedia.org/wiki/Gun_(band)
https://open.spotify.com/artist/1dip2dCkBIylIFyDfZQfFu

05- Don´t Call Me Baby
Shampoo

teeeecnicamente é Welcome Planet Boom a música tema do filme, mas acho que deveria ser essa, é bem mais lembrável e o nome da música é a maldita fala mais usada no filme. Shampoo é um duo inglês formado pelas amigas Jacqui Blake e Carrie Askew. elas se conheceram na escola, fizeram um fanzine e viraram um duo. A banda durou de 1993 até 2000. Esse é o típico caso que todo mundo conhece, mas nem pensa nisso durante a vida toda, mas escuta Trouble, ou só lê o nome dessa música e passa semanas com ela tocando no cérebro e flashs de Power Rangers passando quando se fecha os olhos.

E do Power Ranges

Links:
https://en.wikipedia.org/wiki/Shampoo_(band)
https://open.spotify.com/artist/3wChfsJPsUnjVHXc79wRN1
06- Hot Child In The City
Hagfish

Hagfish foi uma banda de punk e punk alternativo com 3 discos e nenhum single tão conhecido. Eram do Texas e basicamente isso. Vou colocar na lsita infinita de bandas para conhecer melhor.
Links:
https://en.wikipedia.org/wiki/Hagfish_(band)
https://open.spotify.com/artist/74KzdiBiTfEUkdnoG5fQUF

07- Let´s All go Together
Marion.

Uma banda que durou pouco, de certa maneira, gravou apenas dois discos de estúdio, acabou por problemas com drogas, voltou com nova formação, acabou, voltou e está ai até hoje, mas sem nenhum disco novo, eles praticamente passaram a marca do Guns and Roses em não lançamentos. A banda de indie rock teve sua formação na Inglaterra onde teve sucesso com seu segundo disco e fez uma baita turnê de divulgação, tiveram problemas com o segundo, que saiu meio na marra, mas saiu, e acabou ai. Mesmo com só 2 discos conseguiram colocar 5 singles nos anos 90. Não conhecia, vai pra lista infinita também.

links:
https://en.wikipedia.org/wiki/Marion_(band)
https://open.spotify.com/artist/3yX71RnXsn7XwdTZiUmnUr

08- Dancing Barefoot
Die Cheerleader.

Esta nem tem uma página da Wikipedia, sério, um dia você está numa trilha sonora, no outro nada. Mas , pelo menos, um de seus discos está no Spotify. Banda feminina formada em 1991, com ultimo disco em 1995, depois disso sem mais notícias. Mais uma banda para escutar que nunca ouvi falar.

Links:
https://open.spotify.com/artist/2zghSzgbzPwdpoWMSkigZd
http://diecheerleader.com/

09- Vapourspace Scum
Meat Puppets.

Essa já é mais conhecida, a banda começou em 1980, parou e voltou a algumas vezes, e nos últimos 10 anos continua sem pausas. Seu estilo mudou bastante durante seus vários anos de duração, indo do do punk, passando pelo hardcore até chegar em coisas como nomes cowpunk, alternativo e sei lá mais o que. Foram uma grande influência para bandas dos anos 90 e merecem uma boa escutada. A banda tem trocentos discos, o último de 2013.

Links:
https://open.spotify.com/artist/2h9yQhKyqOMex3QFMVeq7F
https://pt.wikipedia.org/wiki/Meat_Puppets
https://en.wikipedia.org/wiki/Meat_Puppets
http://www.themeatpuppets.com/

10- Ca Plane Pour Mai
Mr. Ed jumps the Gun

Ok, estou aqui confiando no Google, tudo sobre essa banda está em alemão. Eles são dos anos 90, primeiro disco em 1995, outro em 1996 e o último em 1999. Misturam rock, rap e essas coisas, seu maior sucesso foi uma versão de Smoke on The Water e estão na trilha sonora desse filme. Não estão no Spotify.


Links:
https://www.facebook.com/Mr.EdjumpstheGun/
https://de.wikipedia.org/wiki/Mr._Ed_Jumps_the_Gun

11- None of Your Business (Metal remix)
Salt-N-Pepa

Trio feminino de  Hip-Hop formado em Nova York em 1985. SNP foi um dos primeiros grupos femininos de Hip-Hop. Acabaram em 2002 e voltaram em 2008. Mas a volta é naquelas né, aparições esporádicas e  nenhum disco ou música nova. Não conheço o trio, mas shoop, seu sucesso mais famoso eu tenho certeza que já escutei. Está na trilha sonora do Deadpool)

Shoop:

Links:
https://open.spotify.com/artist/7wqtxqI3eo7Gn1P7SpP6cQ
http://www.saltnpepa.com/
https://en.wikipedia.org/wiki/Salt-N-Pepa
https://twitter.com/thesaltnpepa
https://www.facebook.com/thesaltnpepa/

Conclusão: Essa trilha sonora me surpreendeu bastante, são 11 faixas de um filme futurista, todo cheio de couro na pegada Matrix E NENHUMA FAIXA DE ROCK INDUSTRIAL, poxa, tá aí uma coisa que não se vê todo dia. Mesmo assim, um ótimo recorte dos anos 90, só não era o recorte que eu esperava. 

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