Temples
Estava eu e um amigo da faculdade discutindo sobre música. O ponto de vista dele é que não existem mais bandas boas, e o que tem é só o alternativo/indie/eletrônico ou o metal, que sempre esteve por aí. Mas o Rock and Roll acabou.
Não acredito muito nisso.
De fato, hoje é bem mais difícil um grande astro do rock aparecer e estourar como antes, mas isso está mais relacionado com a difusão do mercado do que com o que as pessoas tocam por aí e seus talentos.
O que eu acredito que aconteça hoje é uma mudança de foco, de mídia e uma enorme falta de curadoria.
Explicando:
Ainda estamos acostumados com o filtro de mercado e estamos sentindo muita falta dele. Mas como o rock de uma maneira geral está fora de moda e as tradicionais rádios dedicadas ao tema tem uma enxurrada de lançamentos de bandas consagradas e somado a um desejo geral do público de escutar a velha canção. Tudo isso contra o tempo limitado de programação é bem difícil para uma rádio tocar uma banda nova, uma banda nova de rock and roll, quase impensável.
Este problema da rádio já vem de um tempo, e a tendência é se agravar.
Ahh, mas e indústria fonográfica? Então... eles tem outros problemas no Brasil, e apostam no lançamento barato para as grandes massas, ganho rápido enquanto o navio faz água.
Isso tudo faz com que quem queira novidades passe de um escutador de música passivo para a postura do garimpeiro. E isto dá um trabalho danado e exige algum treino.
A internet é o lugar em que as novidades estão. Só que não tem ninguém peneirando. Não tem ninguém fazendo a curadoria. A única opção é descer até a mina e procurar o seu próprio ouro.
Esse é um costume que tenho, adoro a garimpagem, mas não tinha me preocupado com o problema: Bandas novas de Rock and Roll. Gente nova fazendo música velha.
Garimpando por mais ou menos
Mujeres:
Banda de Barcelona de Rock and Roll formada em 2010, com primeiro disco em 2011. Tocam um Rock and Roll competente bem anos 60 em espanhol. Nada de novo, nada de espetacular.
Links:
Molice:
Um power tio um pouco mais puxado para os anos 80, Molice é do Japão, seu primeiro disco de 2010 e faz um som bem produzido bastante rock and roll e sem cara de trilha sonora de anime. O vocal feminino em japonês é bem legal, guitarra, baixo e bateria, tudo como deve ser. Som bastante animado, vale conferir. Tá, algumas músicas puxam pro indie, mas bem pouco.
Links:
Merchandise:
Mais um trio, agora de Tampa, primeiro álbum de 2010, ultimo de 2014. Mais balada que os anteriores, com um forte violão acústico. Puxa para o pós punk em boa parte das músicas, mas está dentro da margem de segurança. ótimo som.
Links:
Parquet Courts:
Quarteto de Nova York. Seguem uma linha bastante clássica, mas claro, com algum toque de outras influências. Original de 2010. Primeiro disco de 2011.
Links:
The Strypes:
Garotos irlandeses montam uma banda de rock n roll e blues (e tudo que estiver entre as duas pontas).
Bastante emulado dos anos 50 e 60. Som bem produzido, uma banda que é bem legal de escutar lá sem muita pretensão. Gostei muito.
Links:
Temples:
Seguindo uma linha bem mais psicodélica, que se não soubesse diria que Temples é uma banda esquecida dos anos 60 e que´os hippies devem ter escutado muito. Do visual, música e o clip vintage, é tudo bastante psicodélico e anos 60.
Links:
The Baseballs:
A banda mais velha desta lista. The Baseballs são da Alemanha e começaram em2007. Emulam o rock n roll dos anos 50 e 60 e praticamente só fazem covers. O método da banda é: Pegua uma música pop famosa, transforme em um rock ou rockabilly dos anos 50 e pronto. Uma banda bem humorada e a única que não descobri hoje, na verdade foi ontem. (escutando um episódio de Máquina do Tempo).
http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Baseballs
Conclusões: Não é difícil achar boas músicas de bandas novas, a parte mais complicada é achar do tal puro rock and roll. Esta geração atual de músicos liga pouco para gêneros, eles misturam o que estão afim e pronto. Alguns seguem mais a linha clássica e estão neste post, outros escolhem emular outras épocas, e estão aí também.
Foram deixadas de lado quase uma dezena de bandas deste post, eram bem legais, mas alternativas demais para encaixar na proposta.
Não vejo problema nenhum em quem passou a régua e fechou a conta. Quem só escuta o que já é consagrado e bem conhecido. Também não vejo problema nenhum em quem odeia o garimpo. Não é uma tarefa fácil e não é para quem só quer umas músicas pra passar o tempo.
Mas, quando garotos de 20 anos dizem que nada de bom está sendo feito, isto é preocupante. Muito é feito, muita coisa boa, de todos os estilos e gêneros. Nunca se produziu e publicou tanto. Não faltam músicos, faltam garimpeiros.
Esta pesquisa foi feita procurando listas como estas http://www.nme.com/blogs/the-big-picture/20-most-exciting-new-bands-of-2013 n o google, com o auxílio do Spotify e youtube. 100% free piracy.
Conclusões: Não é difícil achar boas músicas de bandas novas, a parte mais complicada é achar do tal puro rock and roll. Esta geração atual de músicos liga pouco para gêneros, eles misturam o que estão afim e pronto. Alguns seguem mais a linha clássica e estão neste post, outros escolhem emular outras épocas, e estão aí também.
Foram deixadas de lado quase uma dezena de bandas deste post, eram bem legais, mas alternativas demais para encaixar na proposta.
Não vejo problema nenhum em quem passou a régua e fechou a conta. Quem só escuta o que já é consagrado e bem conhecido. Também não vejo problema nenhum em quem odeia o garimpo. Não é uma tarefa fácil e não é para quem só quer umas músicas pra passar o tempo.
Mas, quando garotos de 20 anos dizem que nada de bom está sendo feito, isto é preocupante. Muito é feito, muita coisa boa, de todos os estilos e gêneros. Nunca se produziu e publicou tanto. Não faltam músicos, faltam garimpeiros.
Esta pesquisa foi feita procurando listas como estas http://www.nme.com/blogs/the-big-picture/20-most-exciting-new-bands-of-2013 n o google, com o auxílio do Spotify e youtube. 100% free piracy.
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