(ou um breve conto que aconteceu no ônibus [Baseado em fatos
reais]).
Numa dessas quartas feiras que
nem cheiram e nem fedem, estava eu sentado (sorte!) num dos bancos do ônibus,
estava indo trabalhar.
Lá para
o meio do percurso, entra no coletivo uma linda garota. Essas de beleza
clássica, rosto de proporções Davincinianas, cabelos longos, dourados escuros e
arranjados numa trança. E o mais importante para a trama, (como você deve
perceber pelo título) usava brincos de plástico imitando pérolas.
A
garota desce 2 pontos depois. A viagem continua por mais um tantinho, percebo o
brinco no chão, rolando com o movimento do ônibus.
Em um mundo
perfeito eu pegaria o brinco, logo após ela descer do ônibus, notaria que não é
um ordinário pedaço de plástico laqueado, mas sim uma peça única, com marcas
inconfundíveis, reconheceria as marcas, são as marcas de uma terrível maldição,
talvez um legado de família, talvez um erro terrível do passado. Com certeza um
infortúnio que aflige a pobre garota. Nesse mundo perfeito eu desceria do
ônibus, descida em tons épicos, com o ônibus ainda em movimento aproximando-se
do próximo ponto. Correria pela cidade, atrás de informações, descobriria um
velho misterioso que confeccionou o tal brinco. Conheceria alguém de nome
engraçado como Nimbles ou Wilbor, que seria meu escudeiro, apoio moral e alívio
cômico. Conheceria um velho sábio que
seria o meu mentor, me ensinaria segredos mágicos e me armaria para a aventura
com itens e feitiços. Minha jornada seria por um submundo misterioso e
intrincado de magias, segredos e perigos. Conheceria outra aventureira, nossas
buscas se cruzariam, nossos objetivos também, odiaríamos um ao outro de início,
mas lá pertinho do ato final nos apaixonaríamos, formando assim um triangulo
amoroso, complicando a trama, entre o idealizado e o real. Enfrentaríamos juntos
o grande vilão, escolhas difíceis seriam feitas, travaríamos um confronto
mortal. Um segredo seria revelado, o mistério do velho sábio revelado, acharia
o segredo dentro de mim, perceberia que foi uma jornada de autoconhecimento.
Usaria minhas forças recém-descobertas contra o facínora. O maléfico algoz despencaria
do alto de sua torre para a morte certa (será?). Eu retornaria para o meu mundo
triunfante, faria a minha escolha amorosa, despediria de meu escudeiro de nome
engraçado. Ele já estaria pronto para seguir sua próprias aventuras.
Meu ponto
chega, eu desço. O brinco de plástico continua rolando pelo chão. (espero que
inspire outras pessoas a contarem suas histórias). A história eu guardo numa
caixinha na minha cabeça para mais tarde. Vou trabalhar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário