Em 1966, a Grantray-Lawrence Animation do Canadá produziu desenhos animados dos personagens da Marvel, retirando-os diretos dos quadrinhos. Os personagens que receberam suas versões para a TV foram: Capitão América, Thor, Hulk, Namor e Homem de Ferro. Foram produzidos 65 episódios até dezembro de 1966.
O desenho ia de belos desenhos aos desenhos remendados para colocar movimento (com muitos erros de perspectiva). A música do início era bem marcante, principalmente as versões nacionais cheias de gírias da época.
Passou pela primeira vez em 1967 no Brasil, reprisado depois nos anos 70 e 80. Acredito que depois disso não foi reprisado mais.
Capitão América é o primeiro herói que me lembro de conhecer, o primeiro que eu identifiquei como herói, isso lá na casa dos 5 anos, logo depois dessa época, talvez chegando aos 6 anos, entendi o fardo do herói.
Passavam muitas reprises de Super Amigos, em todos os aspectos de produção eram muito melhores que os desenhos desanimados da Marvel. Mas, por serem adaptações diretas dos quadrinhos, as histórias da Marvel, e no caso, do Capitão América, eram recheadas de um peso dramático. Havia o sacrifício, o fardo do herói, a marca registrada da Marvel nos quadrinhos, direta para um garoto de 5 anos começando a aprender as coisas.
Capitão América não era apresentado como um herói que achava divertido o que fazia, era seu legado, sua obrigação, o seu fardo. Fazer o que é correto, mesmo arriscando a vida. Isso é algo que carreguei para a minha vida, mesmo 30 anos depois. Talvez eu tenha me identificado com o personagem por já pensar assim, talvez o inverso, comecei a pensar assim por me identificar. Mais provável que foi um pouco de cada.
Eu sei que é meio que pedir pra apanhar de comunista na rua, mas Capitão América formou meu caráter e considero muito positiva essa influência. Fazer o que se acredita certo, mesmo sabendo que vai se ferrar. Como no episódio que eu lembrava tão perfeitamente:
Parte 1
Parte 2
A origem do Capitão América:
Capitão América arrisca a vida, pula para a morte, para salvar o mundo. O vilão lhe oferece uma alternativa fácil, mas ele faz o certo. Sim, são valores bem absolutos, oras, eu era criança, não ia entender de outra forma. Mas, é isso que faço. Nunca pulei em um lago para matar um super vilão. Mas escolho o meu dever ao invés do fácil, mesmo sem chance de ser pego, mesmo que muitos me chamem de idiota e tonto. Não me importo.
Conheci centenas de histórias com centenas de heróis. Gosto muito de um monte deles, mas tudo isso começou lá, numa Telefunken, com reprises de Super Heróis Marvel, com reprises de Capitão América.
Da minha coleção, sobrevivente da infância.
30 anos depois digo sem remorso, é meu herói preferido, marcou minha infância e minha vida.
Sim, meu braço.
Links:
http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Marvel_Super_Heroes
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Marvel_Super_Heroes
http://www.imdb.com/title/tt0122826/